Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

15 novembro 2005

Uma pausa que nos transforma ( I )

Uma pausa num blog pode dever-se a vários motivos... podemos querer parar para pensarmos, não temos assunto para escrever... estamos de férias... sei lá... uma pausa na nossa própria vida. Eu na minha vida estou num momento de pausa. É um momento de reflexão prolongada para chegar a uma conclusão que te mostre qual o caminho a seguir... O blog que estás a ler podes vê-lo como uma grande pausa... em que deixo as minhas reflexões... algumas... para poder eu próprio pensá-las... de novo.
Pausa... vivemos a correr, nem sempre temos tempo para ela. Deliberadamente não fazemos nenhuma pausa. Quando paramos é sempre para fazer algo diferente daquilo que habitualmente estamos acostumados. Mas não para uma pausa. È algo abstracto, uma pausa. De facto não creio que eu próprio quisesse fazer uma pausa. Às vezes é bom que os outros decidam por nós... mesmo que erradamente, mas decidem e isso tira-nos responsabilidades “de cima”. Na verdade, esta pausa, começo a acreditar, vai transformar-me, aliás está a transformar-me. Não é por dizer que digo “vai transformar-me”. Digo-o para me lembrar a mim próprio que ela me vai mudar algumas coisas que não estão bem em mim.
É muito complicado mudar de hábitos, corrigir os errados e ver que nem sempre o que julgamos é o melhor, e que também estamos condicionados aos nossos horizontes, mesmo que pensemos que vemos mais longe. É inevitável... como a nossa envolvente física, cultural e material nos pode desviar... tantas vezes as nossas razões não são a razão que nos devia guiar.
Comigo acontece o mesmo... quantas vezes me julguei dono da razão e como vejo agora que ela esteve às vezes tão longe, e eu fui tão pobre. Não soube ser quem quero ser e cedi à circunstância, sem olhar mais além, pensando que sou dono da razão. Reconheço agora quantas e quantas vezes acabei por não ser também quem sou...
Há valores que na nossa vida são fundamentais. Na minha, a coerência e a verdade são essenciais... Isto em nome de um bem maior. Que possa dar a vida para ajudar os outros. Amar com um coração pequeno, mas amar de tal modo que a pequenez se inverta numa grandeza de sentimentos, que possa irradiar calor humano para todos os corações atribulados e frios que se aproximem de mim. Quem me dera ser a brisa que sopra no ar e que transforma tudo à sua passagem. Nada fica igual, as folhas caídas dançam num corrupio frenético, as que estão nas árvores da nossa existência abanam... as pessoas sentem a agradabilidade de uma mesma brisa; no calor uma sensação de frescura, no frio a quente sensação de um aconchego...
A pequenez e a simplicidade na nossa vida, creio não poderem estar dissociadas da alegria. Se não fores alegre e se andares sempre mal com todos, nunca poderás ser a brisa que queres. Mas não podemos esqueces o nosso auxílio. Aliás, como é possível que não possamos amar o outro...
Por hoje fica a curiosidade de uma pausa...

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