Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

23 dezembro 2006

Boas Festas!



Feliz Natal a todos! Que Ele, a verdadeira Luz deste Natal, seja acolhido no vosso coração, e encontre na vossa vida espaço para brilhar!

20 dezembro 2006

Fazer do mundo um lugar feliz...


Corro. Descanso. Recomeço. O tempo passa-me por entre as mãos, deixo-o fugir, afinal ele tem como que uma capacidade de se "ir" por entre o bater do coração dentro do peito. Passa cada dia, cada semana, cada mês, finalmente mais um ano... Hoje penso no tempo. O tempo da minha vida, da vida que não corre, da vida que apenas passa, cada dia, sem que eu lhe dê tempo. Sim... sem que eu lhe dê tempo. Por isso exclamo como tantos outros: "a vida passa rápido", "o tempo voa", "não sei como foi, mas nem dei pelo tempo passar"!!! Um dia destes um amigo disse-me que se eu não desse tempo à vida, a vida iria dar-me o tempo que eu devia ter tido, mas à força... isto é, ou eu dou espaço a mim mesmo, ou a vida encarregar-se-á de arranjar esse tempo e esse espaço, ou somente espaço (o espaço na vida é o próprio tempo...), da forma que menos me convirá... novamente sem ter tomado a minha vida nas mãos... "Agarra a tua vida", disse-me, em jeito de conselho e de desafio... daquele jeito que um verdadeiro amigo aconselha e ao mesmo tempo semeia o desafio para a aventura... Agradeço-te, amigo, por me teres alertado para uma possibilidade que me passara completamente ao lado, não porque não soubesse, mas porque "tinha mais que fazer". Claro que sei que não posso ter tempo para os outros se não tiver tempo primeiro para mim, não por uma questão de egoísmo, mas porque o ser humano é assim, somos assim, eu sou assim... preciso em primeiro lugar de olhar para dentro de mim, de parar, de aquietar as águas, e depois então poderei ajudar alguém... Depois todo o trabalho para os outros fará sentido... porque antes eu tenho sentido...

Partilho ainda mais alguns pensamentos, que me vão animando por dentro! O verdadeiro sentido de humildade... Li algures que humildade, etimologicamente procede de "humus"( grande novidade!!!, dirás)... mas a novidade não está em descobrir que é o mais baixo e discreto, aquilo que pisamos com os pés, mas sim em que a sua vocação, a vocação de humildade, consiste em produzir... tal qual o húmus faz nascer e germinar a semente...

Ainda distraído, algures numa parede, encontrei a frase "sós encontramos a solidão, juntos descobrimos o amor"...

Mas o que quer dizer o título do "post", perante toda letra que deixei até aqui? É que com estas ideias que me "animam", e que me fazem de facto pensante, penso que posso fazer do mundo um lugar feliz... porque Eu posso ser feliz e fazer os outros felizes... sendo humilde, dando-me tempo, procurando nao construir a solidão, mas antes na proximidade (do próximo) construir o amor.

13 dezembro 2006

Partilha

Alguém hoje partilhou comigo este belo texto de Tagore, que partilho agora com todos aqueles que o quiserem ler e, lendo-o, se sintam seres animados pensantes!!!

Morria a noite... Um murmúrio corria de boca em boca:

O MENSAGEIRO! O MENSAGEIRO! AÍ VEM O MENSAGEIRO!

Inclinei a cabeça e perguntei: Vem já?

De todas as partes parece que estalava o Sim da resposta.

O meu pensamento, atormentado, dizia:

Não tenho ainda pronta a cúpula do meu palácio, nada está completo.

Veio uma voz do céu: Derruba o teu palácio.

Porquê? perguntou o meu pensamento

Porque hoje é o dia da chegada

E o teu palácio estorva a passagem!

07 dezembro 2006

Advento: O SENHOR VEM! (II)

Quando agora nós celebramos em cada ano o Advento, centrando o nosso olhar na espera e na preparação da vinda de Jesus, não queremos simular que Ele ainda não veio, como se Ele ainda tivesse que vir. Somos os Seus seguidores, transformados pela Sua Morte e Ressurreição, os que recebemos o Seu Espírito para que continuemos a Sua obra. Então o que significa preparar esta vinda?
Várias coisas... Em primeiro lugar significa, paradoxalmente, olhar para trás, para aquele acontecimento transcendental de há dois mil anos, para o reviver-mos com toda a intensidade. Este é um facto decisivo: Deus fez-Se Homem. Veio viver a nossa própria vida, entrou na nossa história para nos abrir um caminho que nos pudesse libertar do mal e do pecado, Deus fez Sua a nossa debilidade – a nossa carne, diz o Evangelho de João – e fez dela vida plena, vida divina.
Para podermos celebrar tudo o que o Natal significa, precisamos de ter em nós uma atitude de espera, de desejo da vinda do Senhor. Pois sem este desejo, sem estarmos convencidos que necessitamos libertação, transformação da nossa vida humana, se não vivermos profundamente o anseio de Deus e sem estarmos dispostos a acolher Alguém que nos mostre uma nova maneira de viver, que sentido teria celebrar o Natal?
Por tudo isto necessitamos de esperar e desejar a vinda do Senhor, vivendo os sentimentos do Povo do AT que espera e deseja a vinda do Messias. Pela voz dos profetas, escutamos na liturgia este desejo e necessidade de Israel daquele que seria capaz de fazer nascer uma nova maneira de viver entre os Homens, que livraria do mal e da dor, enchendo o mundo do Amor e da Misericórdia de Deus, fazendo nascer no coração dos homens, duro em acolher estes sentimentos, sentimentos de justiça e de bondade. Assim unimo-nos aos profetas, à sua espera e confiança que o Messias virá. Apesar de O sabermos já presente, continuamos também nós a precisar que Ele actue em nós e mude os nossos corações, que actue no nosso mundo e mude tanta injustiça, tanta opressão, tanta desigualdade, tanto desespero...O tempo de Advento traz-nos também um convite a que nos coloquemos no lugar de Maria, a Virgem Mãe de Deus. Ela é nestas semanas, sem dúvida, o grande modelo. Maria sabe-se pobre e frágil, como parte do mundo também ele pobre e frágil, carenciado da acção de Deus que salva...Ela deseja como ninguém que os pobres possam levantar a cabeça e que este mundo seja libertado da dor e do mal que o atormenta. Ao mesmo tempo está disposta a colaborar neste projecto, e aceita ser Mãe do Messias. Abriu o seu coração á força de Deus que actua e por mediação da qual as esperanças dos profetas se tornarão realidade. Maria trará então ao mundo o Filho de Deus, Deus feito Homem. É para nós modelo de abertura a Deus, para tornar possível a Sua vinda e modelo de esperança gozosa do Deus que vem.

04 dezembro 2006

Advento: O SENHOR VEM! (I)


São quatro as semanas que antecedem o Natal, e as que dão início a um novo ano litúrgico, durante o qual preparamos a vinda de Jesus Cristo. O que quer dizer para nós, crentes do séc. XXI, isto? Preparar a vinda de Jesus Cristo?
Certamente não temos que fingir que Ele ainda não veio ao nosso mundo, tal como se fossemos os homens e as mulheres do Antigo Testamento que esperavam a chegada do Messias. Jesus Cristo já veio. Deus já se fez Homem, e com a Sua vinda, transformou já a nossa história e a nossa vida. Este é um facto que aconteceu há já dois mil anos, num lugar concreto, no meio de um povo concreto. E foi o Menino que nasceu que iniciou um caminho do qual todos nós somos herdeiros. Fez-se Homem, percorreu a Galileia e a Palestina, de uma forma nova, abriu caminhos inesperados. Anunciava o Amor de Deus – o Reino de Deus – que se estava a converter em realidade plena para todo aquele que o quisesse viver. Bastava mudar o coração, dispor-se a amar, ser capaz de renunciar à riqueza e ao poder, defender os mais fracos, não concordar com a opressão, deixar toda e qualquer segurança humana, e não ter outro apoio senão Deus. Além de anunciar, tornou realidade o que proclamou: abriu os olhos aos cegos, curou os doentes, levantou o ânimo aos abatidos, trouxe de novo os marginalizados, libertou a mulher adúltera daqueles que em nome da Lei a queriam apedrejar...
Todos se sentiam atraídos por este Jesus, uma multidão imensa seguiu-o. Não percebiam claramente o que dizia. Sentiam e experimentavam que naquele pregador havia uma força que fazia viver, que renovava o sentido às coisas, Nele, Deus tornava-se próximo. Acabou cravado numa cruz pois para Ele não havia nada maior que o amor, nenhuma Lei lhe passava adiante. Ora isto colocava em causa demasiadas coisas e autoridade... era verdadeiramente insustentável. Tornou-se então, para os responsáveis de Israel e para os governadores romanos, imprescindível liquidá-lO. Permaneceu fiel ao caminho que traçou, mas acabou pregado numa cruz. Como é contraditório o ser humano... Contudo o amor de Deus é sempre mais forte que o mal e a morte dos homens, e Jesus, o Filho do Deus-Amor, vence as cadeias da morte ressuscitando glorioso, e aqueles que o tinham seguido, experimentaram a Sua presença e receberam o Seu Espírito.
Desde então este grupo foi crescendo, e hoje somos Igreja à imagem daquele grupo de discípulos, continuando o que Jesus Cristo, esse Menino-Deus que se fez Homem, anunciou e o que a Sua Incarnação significa: Deus ama-nos e quer estar no meio de nós, para que nós estejamos n’Ele.

30 novembro 2006

In Fine

No fim fica o quê? Depende do fim... mas geralmente em cada fim há sempre um sentimento que está de acordo com o antes: há um vazio... um vazio que fica sem mais e que nao quer partir... Pode ser um vazio de alma, pode mesmo ser de coração, pode até ser das duas formas... Acho que no fim é o fim daquilo que antes tinhamos conhecido. Até agora uma coisa, daqui em diante outra, agora um propósito, mais logo outros virão. In fine... Espero que reste Deus... Se nem Ele ficar, entao tudo cairá num absurdo...

25 outubro 2006

«Que eu veja»

Que eu veja Senhor...
No meio do meu dia,
no meio das minhas pressas.
Que eu veja na minha cegueira,
na minha debilidade,
Que eu veja...

Que veja no mais fundo de mim,
que te veja Senhor.
Que te procure e te encontre,
no meio dos meus irmãos,
Que eu veja Senhor...

Na caminhada de hoje,
na queda de ontem,
no calcorrear os caminhos amanhã,
que eu veja Senhor.

Que te saiba e sinta sempre comigo.
Que nunca me separe de Ti.
Que que veja Senhor...
Tem Piedade de mim.

23 outubro 2006

Hoje...

Cada dia é sonho e é descoberta.
É acordar e adormecer.
É sorrir mas também chorar.
É uma nova oportunidade de olhar o mundo...

15 outubro 2006

É mais fácil um camelo...

Os dias continuam a passar... várias vozes vão ecoando no fundo do meu ser... no mais fundo de mim as mesmas palavras... as mesmas intenções... o mesmo caminho... à minha volta a vida mudou... já não os mesmos amigos, já não o mesmo percurso... tudo um pouco diferente... tudo, no fundo, semelhante... a vida segue um entrelaçado, tal qual a rede de um pescador... Apetece gritar ao longe, e ouvir ao perto... volto a explicar: apetece dizer bem alto "no fim vou ser feliz", e ouvir bem junto a mim "não estás só". Efectivamente nem me sinto infeliz, nem estou só. Mas parece que é sempre esse o nosso anseio... é um caso de doença incurável este: querer ser feliz e nunca estar só.
Ao coração vêm palavras das quais os ouvidos apenas percebem o que lhes é próprio, as sensações. Mas há uma sensação mais profunda, aquela que encontra o seu órgão sensor no mais fundo de cada um, algo que é tão vital que chamamos de "coração", tal qual o nosso orgão mais importante. Mas este coração é, parece-me, diferente do músculo... no entanto ninguém deixará de lhe encontrar semelhanças, as que aliás conduziram à denominação anterior: se para de bater "morremos", a vida escapa-se-nos sem ele... "bate" mais depressa e mais devagar, ao ritmo do nosso "cansaço" emocional... por vezes parece que andamos a tentar praticar "desporto" com este coração e às vezes quem sabe se não vamos parar à "cardiologia"... deixo de tentar estabelecer agora comparações.
Como dizia há muitas coisas diferentes... a vida que também ela é mãe e mestra ("mater et magistra") vai-se encarregando de nos ensinar o que tantas vezes não queremos aprender. Seja em relação a amigos, ou a situações, envolva pessoas perfeitamente anónimas, ou talvez bem conhecidas, não digo distantes, mas talvez não tão próximas algumas. "deitar faladura"... dirá quem lê. É o que este rapaz está a fazer... Pois é precisamente o pensar que nos faz "deitar faladura"...
E porque o dia de hoje é própício para falar de camelos, é mais fácil um camelo reconhecer-se culpado de algo, do que qualquer um de nós admitir culpa seja no que for... Pode ser que seja uma mera ilusão o pensar, o sentir e talvez até o amar... mas prefiro pensar, sentir e amar do que deixar de viver, sem estar a viver... Afinal o que é "ser animado" e pensar???

04 outubro 2006

Hoje...

«O pessimista vê uma dificuldade em cada oportunidade.
O optimista vê uma oportunidade em cada dificuldade.»
Anónimo

28 setembro 2006

"Nem o nosso temor é constante, nem o nosso amor é estável"

Hoje ao ler um texto de Sto. Agostinho, apeteceu-me partilhar com quem o ler um pequeno pedaço, que me fez sentir um ser animado pensante!!!
[...] qual é o homem que pode julgar o homem? A terra está cheia de juízos temerários. Aquele de quem perdêramos toda a esperança, dum momento para o outro converte-se e torna-se o melhor de todos. Nem o nosso temor é constante, nem o nosso amor é estável.
O que é hoje cada homem, dificilmente o sabe o próprio homem. E se de algum modo sabe o que é hoje, não sabe o que será amanhã.

27 setembro 2006

Talvez...


Talvez um dia brinquemos com as palavras
Talvez um dia sonhemos com outras realidades
Ou talvez não...

Talvez um poema, ou quem sabe uma prosa
Uma prece, ou um simples pedido,
Num dia alegre ou triste...

Penso que tanto faz... Porque talvez
Nunca me esqueça de quem não se esquecer de mim
E talvez guarde dentro do meu peito recordações felizes.

Então ouvir-te-ei, não importa onde nem quando,
Mas as tuas palavras hão-de ecoar no meu coração
E TALVEZ te ensine o que é escutar.

19 setembro 2006

A minha meta... é CRISTO



Caminhar... Caminhar... Caminhar... sem nunca perder a esperança. Novas experiencias... Novas realidades... espera-me alguma coisa nova e diferente. Mas não... não mudei o rumo, como já escrevi aqui, o que tenho de novo é o jeito de caminhar...

18 setembro 2006


Meu Senhor e Meu Pai,
que eu Te conheça
e Te faça conhecer
que Te ame e Te faça amar
que Te sirva e Te faça servir
que eu Te louve
e Te faça Louvar
por todas as criaturas. Amen.

14 setembro 2006

Cada dia...É sonho, é poema...

Cada dia é sonho...É poema.
É manhã que se levanta
no acordar preguiçoso do sol,
nas densas nuvens que encanta.

É sol que brilha no horizonte.
Bem alto no alto do céu...
e brisa que acaricia a fronte.
É misto de ternura e de fúria,

Com o tempo e o vento...
que dança ora rápido, ora lento,
com frémitos de luxúria...

E é noite que depois do sol posto
nas estrelas, adormece com o teu rosto,
cada vez mais meu...

11 setembro 2006

Terrorismo...

11 de Setembro. As palavras não conseguem transmitir a dor que sentiram as pessoas que de alguma forma estiveram envolvidas pelos atentados deste dia há cinco anos atrás. Nós próprios nos sentimos constrangidos pela dilaceração que aconteceu. O Homem que mata o seu próprio irmão. Caim e Abel. E nós próprios, os nossos pequenos conflitos que ali se manifestam elevados ao cubo. No fundo, embora haja muitas maravilhas, na verdade somos cada um de nós responsáveis por uma pequena parte de terrorismo. Por certo não aquele que aconteceu há cinco anos atrás, mas por aquele que praticamos para com aqueles que nos rodeiam. Não são acções comparáveis ao terrorismo, podemos pensar, mas a verdade é que continuamente podemos correr o risco de deixar de fazer o que queríamos que nos fizessem e... praticar "terrorismo". Um terrorismo por vezes apenas por palavras, apenas por pensamento... mas já o poeta dizia que as palavras são facas, e matam mais que um punhal. É um dom a nossa vida, que devemos continuamente agradecer e preservar. A nossa e a dos outros. A nossa e a do nosso próximo. E quem é o meu próximo? Quantos aparecem na nossa vida? A quem ignoramos tantas vezes? Hoje apeteceu-me ser um ser animado (que questiona) pensante!!!!!!!!

10 setembro 2006

«Tende coragem, não temais. Aí está o Vosso Deus [...] ELE PRÓPRIO VEM SALVAR-NOS»


Passam os dias. Acho que devagar. Ou talvez depressa demais. Nem sei bem como classificar o tempo que passa. Hoje, como ontem, "Ele próprio vem salvar-nos". E nós podemos estar distraídos, ou mesmo impedidos de O ver. "Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e os mudos falem". E nós somos tantas vezes surdos à Palavra... e tantas vezes ainda mais mudos para com a mesma Palavra. Esquece-mo-nos dos outros, de nós próprios... e começamos a viver num castelo onde nem nós conseguimos entrar. Do alto dos nossos montes, onde não deixamos ninguém subir, vemos tudo, ouvimos tudo, mas não fazemos nada. Acho que amamos às vezes uma solidão solitária, onde estamos sós, mas sem estarmos. Parece uma afirmação de loucos. Mas é verdade que reconheço em mim isto mesmo. Pareço atravessar um rio e apesar do seu caudal não fico molhado. "Ele próprio VEM". Apetece-me dizer, vem... mas depressa porque estou a desanimar. Mas sei que "quando Ele vier" «o coxo saltará como o veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície; a terra seca transformar-se-á em lago e a terra árida em nascentes de água.»

07 setembro 2006

Uma sms que alguém me enviou...


"A glória da amizade não é a mão estendida,
nem o sorriso carinhoso,
nem mesmo a delícia da companhia.
É a inspiração espiritual que vem quando descobrimos
que
alguém acredita e confia em nós."

Tem direitos de Autor, foi a Joana Maria que me enviou este pensamento que disse ter descoberto no Almanaque. :-)

01 setembro 2006

Irmão Roger de Taizé: Algumas palavras da carta inacadaba...

«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz»: que paz é esta, que Deus dá?É antes de mais uma paz interior, uma paz do coração. É ela que permite lançar um olhar de esperança sobre o mundo, mesmo se ele é tantas vezes dilacerado por violências e conflitos.Esta paz de Deus é também um apoio para que possamos contribuir, muito humildemente, para a construção da paz onde ela se encontra ameaçada.A paz mundial é tão urgente para aliviar o sofrimento, em particular para que as crianças de hoje e de amanhã não conheçam a angústia e a insegurança.No seu Evangelho, numa fulgurante intuição, São João exprime quem é Deus em três palavras: «Deus é amor.» Basta compreendermos estas três palavras para podermos ir longe, muito longe.O que nos cativa nestas palavras? É encontrar nelas esta certeza luminosa: Deus não enviou Cristo à terra para condenar quem quer que seja, mas para que todo o ser humano se saiba amado e possa encontrar um caminho de comunhão com Deus.Mas por que razão há pessoas que o amor deslumbra, que se sabem amadas, realizadas? Por que razão há outras que julgam ser desprezadas?Se cada um de nós compreendesse: Deus acompanha-nos mesmo na nossa solidão mais insondável. Ele diz a cada um de nós: «És precioso aos meus olhos, eu estimo-te e amo-te.» Sim, Deus só pode dar o seu amor, aí se encontra todo o Evangelho.O que Deus nos pede e nos oferece é que recebamos a sua infinita misericórdia.Que Deus nos ama é uma realidade por vezes pouco acessível. Mas quando descobrimos que o seu amor é antes de tudo perdão, o nosso coração encontra sossego e acaba por transformar-se.Eis que nos tornamos capazes de confiar a Deus o que perturba o nosso coração: encontramos então uma fonte onde buscar nova vitalidade.Estaremos bem conscientes? Deus confia tanto em nós que dirige a cada um de nós um chamamento. O que é esse chamamento? É o convite a amar como ele nos ama. E não há amor mais profundo do que ir até ao dom de si próprio, por Deus e pelos outros.Quem vive de Deus escolhe amar. E um coração decidido a amar pode irradiar uma bondade sem limites.Para quem procura amar com confiança, a vida enche-se de uma beleza serena.Quem procura amar e dizê-lo através da sua vida é levado a interrogar-se sobre uma das questões mais prementes: como aliviar as penas e o tormento daqueles que estão próximo ou longe?Mas o que é amar? Será partilhar o sofrimento dos mais maltratados? Sim.Será ter uma bondade infinita de coração e esquecer-se de si próprio por causa dos outros, de forma desinteressada? Sim, certamente.E ainda: o que é amar? Amar é perdoar, viver reconciliados. E a reconciliação é sempre uma Primavera da alma."

(excerto da carta por Acabar)

31 agosto 2006

Sigo em frente para amar


Nada é fácil...
Um caminho, uma meta
Um olhar a prolongar
mais além, a voar
Como águia ou falcão
ignorando os medos do coração
partindo, não olhando atrás...
Olhando do alto, voando sem parar
Com esse olhar que tudo vislumbra
Num relance, um suspiro, num instante
e ter já visto o bastante
Para poder exclamar, de novo agora:
Não, não vou embora!
Sigo em frente para amar.

09 agosto 2006

Uma flor, um olhar, um sorriso


Uma flor que nos alegra a vida
Uma calma que nos preenche a alma
Uma paz que nos inunda o espírito...

Um momento que nos preenche o coração
Um olhar que nos atravessa até ao mais profundo
Um sorriso que nos faz brilhar os olhos...

Um gesto que faz memória...
Um dia, um instante, para sempre gravado
Um caminho começado, nunca mais acabado

Tudo isto faz parte da vida, tudo isto nos alegra
entristece, faz crescer, mesmo se a sofrer,
nos faz rumar para mais longe, mais além...

08 agosto 2006

Pegadas na Areia



Sonhei que caminhava na praia juntamente com Deus. E revi, espelhados no céu, todos os dias da minha vida passada. E em cada dia vivido, apareciam na areia, duas pegadas: as minhas e as d'Ele. No entanto, de quando em quando, vi que havia apenas as minhas pegadas,e isso acontecia precisamente nos dias mais difíceis da minha vida. Então perguntei a Deus:

"Senhor, eu quis viver contigo, e tu prometeste ficar sempre comigo. Porque me deixaste sozinho, logo nos momentos mais difíceis?"

Ao que Ele respondeu: "Meu filho, sabes que eu te amo e que nunca te abandonei. Os dias em que viste so umas pegadas na areia são precisamente aqueles em que Eu te levei nos meus braços."

07 julho 2006

No anoitecer de mais um dia


Há dias felizes. Há dias infelizes. Há momentos alegres. Há momentos tristes. A nossa existência, embora breve, tem o dom de nos oferecer todos esses momentos. Ainda bem que um dia acordamos. Ainda bem que um dia adormecemos. Tudo depende do nosso íntimo. Ainda bem que não há dias iguais. Somos ricos. Temos milhoes de coisas diferentes. Sozinhos ou acompanhados a nossa vida continua. Acompanhados podemos ficar tristes com quem nos rodeia. Sozinhos, até sozinhos podemos encontrar a desilusão na nossa propria solidão...
Faço votos para que aqueles que conseguem viver sozinhos, que conseguem esquecer os outros, que se conseguem afastar, criando uma torre, nunca experimentem o fracasso dessa desilusão.
Auguro para os que vivem acompanhados que sejam capazes de se alegrar com a alegria dos outros, fazendo dela a sua propria alegria. Bem assim o sofrimento.
Há horas felizes. Recordo uma hora feliz hoje em particular. Há horas tristes. Recordo uma delas em particular. Ora digam lá que não somos seres animados (com sentimentos) pensantes?!

04 julho 2006


A vida é assim um circulo que vai andando... que vai dando voltas... que nos trás novamente a alguns momentos que já passaram... sei lá... não se repete, mas lembra-nos... não volta para trás, mas deixa-nos parados no tempo a pensar... porque é que as coisas acontecem assim e não mais voltam para as corrigirmos ou para as saborear-mos no único tesouro que temos entre mãos (o momento presente)?!

05 junho 2006

O dom da vida


Num sonho, como que numa quimera, encontrei-me neste dia e
apercebi-me de que
tinham passado dezanove anos. Acabaram. Amanhã já serão
vinte. E isto fez-me
pensar. Sentir triste, sentir alegre, confuso,
agradecido, direi para resumir
que foi um turbilhão de sentimentos. É um dia
importante de uma vida. Duas
décadas de existência. Não sei se vale a pena
ter saudades daqueles anos que já
passaram, deste que termina, de outros que
virão. Mas vale certamente ter
esperança, a esperança que não acaba quando
os anos terminarem. Sinto-me
agradecido. Ao mesmo tempo confiante. Não sei o
que me espera ao virar da
página. Mas a alegria da vida, a força que brota
da juventude e a serenidade que
o tempo trás à maturidade adquirida, são
coisas maravilhosas. Grito bem alto:
vale a pena a vida. Vale a pena amar,
sofrer, sorrir, chorar, criar, descobrir,
inventar, errar, caminhar, cair,
voar, nadar, saltar, correr, comer, beber,
respirar, falar, calar, adorar,
rezar, louvar, agradecer, conhecer, perder,
ganhar, esperar, sonhar...
VIVER!!!



Hoje

Vazio!!!!

25 maio 2006

Uma Pausa que nos transforma (V)


Há já algum tempo que não escrevo aqui. Será que também estou em pausa?! Não sei. Acho que estou meio perdido. Nem sei bem o que me leva a escrever aqui. Mas neste imenso mar, apetece-me também lançar a garrafa com a minha mensagem, esperando que vá parar a uma tal ilha ou praia perdida. Como se fosse o mapa do tesouro. E é-o de facto. É um mapa de mim próprio. Não sou lá grande tesouro. Mas na verdade não estou desprovido de alguma auto-estima e, como tal, acho que sou um pequeno tesouro. Este mapa é um mapa que me vai permitir deixar, a quem o vier a encontrar na praia, um mapa do meu coração.
Há dias fiz uma pequena releitura de um livro muito bom. O Principezinho de A. Saint-Exupery. O essencial é invisível aos olhos. Assim, neste mapa, o caminho está oculto. E roubo uma imagem desse livro. É como um desertoo, onde algo brilha sempre, por entre dunas, e onde um poço de água estará sempre escondido algures. Não se vê. Tem a sua beleza, o deserto. Mas precisamos do essencial, e é complicada a tarefa de encontrar esse poço. É tão bom quando encontramos aquele poço que o menino cabelos cor de ouro encontrou. Com tudo o que precisamos para tirar água. Esta água é diferente de todas as outras águas. Mata mais a sede que as outras. É aquela que ficou para sempre associada a sentimentos que marcarão, de agora para sempre, esse mesmo momento em que matámos essa sede. Também encontro muito que dizer acerca da flor, aquela rosa que o príncipe tinha no seu planeta. E quantas coisas lindas diria eu aqui se falasse da minha rosa. Apenas digo que é a mais bela de todas, é a única flor que de facto existe para mim, e eu para ela. O essencial é invisível aos olhos.
Mas deixo estas considerações preliminares. Falo agora de Pausa. Começou este blog por causa de uma pausa. Continuou com a pausa. Escrevi aqui alguns dos assuntos que me ocuparam as ideias ao longo de 8 meses. Espero é que não termine quando a pausa terminar. Essa pausa vai acabar.
Como é diferente o meu olhar sobre as coisas. Mas será que é diferente a maneira de (re)agir? A conclusão ainda não a posso tirar. Mas partilho alguns pontos de vista:
1. Uma pausa é sempre muito importante. Na nossa vida diária. Na nossa vida de estudo. Na nossa vida espiritual.
2. Ajuda-nos a situar. E se é verdade que "o Homem é um ser em situação", como é bom saber onde estamos situados. Situados num espaço, num tempo, por quem estamos rodeados.
3. Há laços que nos fortalecem. Há outros que se desfazem. Outros há onde não se mexe. Há ainda os que se constatam serem inexistentes.
4. Nas dificuldades crescemos. É como na canção: "perante o mar/ que te hei-de eu dizer/ olha, que tens de crescer". O mar estará sempre diante de nós. E nós por maiores que sejamos, nunca seremos maiores que o mar. Mas continuaremos, desafiados a crescer.
5. De que importa a desinquietação com os dias que hão-de vir. Quando o nosso sonho corresponde ao sonho de Deus para nós, não há que ficar inquieto. Esse sonho está seguro. Onde? Como? Em Deus. E aí está seguro, mais seguro que nada. Aliás aí. se aí está Deus, tudo está então seguro no mais pleno sentido.
6. "O essencial é invisível aos olhos", é apenas visível ao coração. E isto não é poesia. Precisamos de tempo para aprender. Para aprender a verdadeira mudança do coração, que nos levará toda a vida. Assim uma pausa permite reforçar confiança. Ganhar força e coragem para uma caminhada.
7. A novidade que todos os dias se nos mostra é a mais antiga, aquela que é sempre nova. "Ó Beleza tão antiga e tão nova".
8. Na nossa vida Ele está tão presente, que mesmo quando lhe viramos as costas, Ele usa as suas habilidades de equilibrista para fazer todos os saltos mortais que forem necessários até ficar frente a frente connosco.
9. Até para nos conhecermos a nós próprios é necessário um mapa. Esse mapa constrói-se, como nós, todos os dias. As indicações de rumo podem vir de fora. Mas só por dentro é que podem ser comprovadas e seguidas.
10. É o momento, como agora o será e o foi todos os dias, de dizer qual é o caminho. Preparar os Seus caminhos. Ser como o leito de um rio, onde a água passa, mas chega ao mar.
Obrigado a todos aqueles que durante um ano me ajudaram tanto A pausa termina. O caminho está à frente e está atrás. Nunca será agora direito. Quero que tenha Um Sentido Único. Mas sei que teve curvas, e quantas pedras. Sei que essas dificuldades de caminhante não deixarão de me acompanhar, a nãos er que deixa de caminhar.
Mas quero estar sempre a caminho. Até que termine um dia na meta que passa para lá do tempo, para lá do espaço, par lá do nosso entendimento.
Faz de mim um caminhante.
Nunca me deixes largar o cajado e o alforge;
nem as sandálias. Caminharei sem nada
se for preciso. Mas deixa-me caminhar.
Sei que és O caminho.
Sei que comigo fazes caminho.
Sei que por mim fazes o caminho.
(Já o fizeste há dois mil anos atrás)
Sei que me levarás ao colo se disso necessitar.
Sei que caído me levantarás.
Sei que com sede serás água viva.
Sei que nos dias escuros serás o sol.
Sei que és o Eterno Viandante.
Sei que nas noites serás luz.
Sei que nos dias belos serás a brisa.
Na tormenta serás abrigo.
Sob o sol ardente serás sombra.
Foste origem. Serás meta.
És motivo. Serás causa.
De Ti recebi a vida. Nas Tuas mãos a coloco.
"Sei que vai raiar a madrugada
e não me deixarás abandonado".

05 abril 2006

Stat crux, dum volvitur orbis...


Às voltas... às voltas... nunca sabemos muito bem o que permanece... as coisas mudam... nós próprios mudamos... só Deus é que não muda...

29 março 2006

Uma Pausa que nos transforma (cont.)


Está-se mesmo a ver que a vida não é como nós queremos... temos de tomar decisões... de fazer escolhas... de tentarmos ser o mais possivel rectos e correctos naquilo que fazemos. Está em nós pensar estas coisas boas... a minha dúvida reside na questão fulcral e central se não conseguiremos nós passar do pensamento ao acto. É muito fácil de criticar, de sermos impiedosos para os outros, ou justificar-mo-nos mesmo dizendo: estou apenas a ser justo... Será?! Começo a aprender e a realizar na minha propria vida que este nosso, e digo também meu, conceito de fazer justiça... é tão pobre... é que está até desviado do significado da palavra, é luz de Deus... Tornar justo... Quem nos justifica em sentido último e definitivo é Deus, e fá-lo gratuitamente... ora porque é que nós temos de colocar preços nas coisas?! Não é que se possa comprar a justiça... pelo menos esta de que falo... mas podemos tantas vezes vender a injustiça de forma gratuita... com o nosso agir... com o nosso coração... até querendo ser justos... O desafio é sermos diferentes, penso eu. Mas é tão complicado chegar a um momento de análise e ver que não fomos... aí a sensação de fracasso é total... sentimos o desânimo e a frustração...
A sensação de impotência, de fracasso... uma sensação de desilusão invade-nos a alma... e deixa-nos como que vazios, com um só pensamento: sonhei, sonhei e nada... de tudo o que fiz, nada vale nada. Foi bem feito, mal, ou não adequado... de nada valeu.... Então o que nos faz mudar? Não sei... não creio que seja uma pausa... também não creio que seja o tempo... Nós proprios sozinhos também não... Então?! Olha... alguma Força Outra que nos consiga demover das nossas falhas, dos nossos fracassos, das nossas frustrações, de tantas e tantas vezes que fazemos mal o que queriamos fazer bem. "Se nunca tentaste, não conseguirás".

28 fevereiro 2006

Viver no meio de tudo, como se tudo fosse nada, e apenas haja um Tudo...

Começa um periodo em que gostaria de ter um lema, precisamente aquele que dá titulo a este post: viver no meio de tudo como se tudo fosse nada, e haja apenas um Tudo. Será difícil?! A ver vamos... Na vida nada é fácil... e tudo o que se constroi, é com esforço e dedicação pessoal. A verdadeira renúncia é a tantas coisas que na nossa vida por vezes estão fora de sítio e que não conseguimos de modo nenhum colocar para fora, quando é necessário, ou arrumar...
Se na vida as coisas se conseguissem sem esforço era melhor, mas também não sei se teriam o mesmo gosto... em todo o caso, estou cansado e farto... nem de nada, nem de tudo... mas cansado... a precisar de caldos de galinha e cautelas... Enfim... de repouso de tudo isto... da vida... quem sabe estando congelado... ou ausente da realidade... não é nada fácil encarar o dia a dia com pessimismo ou amargura, vale mais deitar tudo para trás das costas e colocar tudo nas mãos de Deus. Afinal somos notas de uma melodia da eternidade que Deus compõe cada dia... Outra vez continuo...

14 fevereiro 2006

E vai de roda...

Isto é indecente, tamanha provocação!!! Mas fui desafiado por um amigo, numa de passar "a batata quente", a denunciar aqui os meus cinco maiores vícios. Desafio aceite.

1- pastilhas trident. Ando sempre com pastilhas, até nas aulas. só na igreja é que não.

2- telemóvel. chamadas que duram horas, mensagens a toda a hora, "always-on-touch" :)

3- compras. seja roupa, seja comida, seja... compras?! dinheiro para gastar?! é comigo...

4- a conduzir não tolero ser ultrapassado, sobretudo por um carro "inferior" ao meu

5- comer chocolate... quando estou mais em baixo tenho de "apanhar" uma overdose de chodolate...

E agora?! Quem será desafiado?! estejam atentos ;)

13 fevereiro 2006

Segunda-feira, Semana VI do Tempo Comum


Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Ele. Na provação recorramos a Ele, para que tudo possamos compreender, uma vez que dele nos vem a verdadeira sabedoria, que com fé aqui vimos pedir.

Uma pausa que nos transforma (III)

Será que só por estarmos a fazer uma pausa ficamos transformados?! Não me parece... A vontade de mudar tem de estar também presente. Pode chover torrencialmente mas se a terra não for permeável a essa água... de nada serve porque nunca seremos capazes de ver as flores germinar... Pode acontecer ainda o contrário... a terra estar tão ensopada que já tanto dá chover, como não... a semente apodreceu, e não deu, nem vai dar fruto, até que a terra esteja mais seca e de novo ela seja lançada à terra. Pessoalmente não sei em que situação me classificar... Mas acho que neste momento preciso deste tempo árido que estou a passar. Na vida, alguém, parafraseando, disse com graça: só o que custa e doi vale a pena... Mas é bem verdade!!! Recordo ainda um conselho de outra pessoa, que há alguns anos atrás não compreendi, mas que agora alcanço: "não vos entregueis à mediocridade". E é verdade... um homem entregue à mediocridade não vale para nada... agora percebo... O futuro é incerto... muito sinceramente não sei o que me espera... mas uma coisa tenho aprendido, e obrigado ao professor que me ensinou: o respeito por nós próprios vale mais que tudo e mais ainda, há sacrifícios que valem a pena. Estou muito longe de dizer como ontem ouvi: "Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo". Mas continuo a correr... esquecendo o que fica, lanço-me na corrida daquilo que está para a frente... é assim... só assim tem sentido... não vale a pena tentar que seja de outra maneira... para mim só assim tem sentido. Sentido Único e que sinto como obrigatório. Quem me dera que tudo fosse vento, pó e que a água pudesse apagar tanta coisa.. mas não pode... aliás, ainda bem, que isso não acontece! As coisas que passam por nós, estou cada vez mais convencido, não são para esquecer. A vida é a melhor escola, pois bem... como eliminar dela os mestres, as aulas e os exames?! A alegria também vem depois da cruz... portanto, resta que saibamos viver o dia a dia nesta dinâmica... Mas quanto a mim, tentando de forma absolutamente insistente, em colocar a alegria, mesmo na cruz, tanto quanto seja possível. Um santo triste é um triste santo... qualquer pessoa triste ém uma triste pessoa. Nada é fácil... Mas naquilo que é difícil prova-se quem se torna forte pelas dificuldades que passa, mais que pelas facilidades...

01 fevereiro 2006

Ai os exames!!!!

No meio deste tempo infernal em que os exames nos ocupam o tempo, a mente, o pensamento, a massa cinzenta, o tempo de tomar até um café... ocupam-nos ainda o tempo de podermos escrever algumas coisas que pensamos... e ficamo-nos por ser meros seres animados pensantes, sem escrever o que nos vai cá dentro. Em breve, alguma paciencia e um novo semestre terá começado!!!

25 janeiro 2006

"Deus caritas est"

Depois de ter lido a primeira Encíclica do Papa, gostaria de convidar aqueles que tiverem tempo (ainda demora um bom bocado) a ler. Vale a pena!
A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de
Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz —
fundamentalmente, a única — que ilumina incessantemente um mundo às escuras e
nos dá a coragem de viver e agir. O amor é possível, e nós somos capazes de o
praticar porque criados à imagem de Deus. Viver o amor e, deste modo, fazer
entrar a luz de Deus no mundo: tal é o convite que vos queria deixar com a
presente Encíclica.(n.º39)

Quem sabe um dia não chego lá?...


Os desencontros que a vida nos provoca e as constantes chatices às vezes deixam-nos "abananados", provocam a nossa estupefacção e deixam-nos assim... como um barco que navega sem rumo e ao qual as marés impelem, bem como os ventos... Não sei se convosco acontece o mesmo... mas, eu dou comigo muitas vezes a ir para onde nunca julguei ser possivel... não falo propriamente de locais, mas de atitudes... ou seja, é mais a fazer aquilo que nunca julguei fazer... ou então fazer e concluir que foi uma tremenda asneira... Dizemos que ao mal feito, já não há remédio... senão o bem que pudermos fazer para o remediar, digo eu! Não sou perfeito, tenho-o cada vez mais presente na minha vida... cada vez mais me confronto com a minha simplicidade. Diante dela, sou eu próprio que estou... sozinho, sem mais ninguém, sem mais farsas, sem mais coberturas... só nós, só eu... diante de mim: este sou eu. Acho que aqui é o lugar onde fica o "quarto" do nosso íntimo. Penso e repenso, mudo e volto a mudar, faço um propósito, desfaço outro... caminho e caio, caio e levanto-me, de novo tropeço e logo me magoa uma pedra qualquer do caminho... Também eu percorro o caminho que todos os dias me leva e trás... como é difícil assim andar... Hoje é um daqueles dias em que senti o peso da caminhada de uma forma especial... em que senti como uma flor pode murchar e morrer se não tratarmos dela, em que senti quão breve pode ser a alegria e em que vi que a nossa via, longe de ser um caminho recto, é um entrelaçado de encruzilhadas que vamos percorrendo... onde nos vamos perdendo e encontrando, onde vemos o sol, mas também onde sentimos o frio do gelo, a geada, a neve que por branca e macia que seja, se torna também fria... e muitas vezes mata a vida onde cai... mas também a protege... A nossa vida é um eterno paradoxo... (digo eterno, enquanto me refiro à limitação temporal da nossa vida neste 3º calhau a contar do Sol) Sinto-me bem, mas logo me sinto mal... que coisa complicada é a vida... às vezes assalta-me a dúvida (!!!) mas também o desalento... falta-me a força para caminhar... falta-me o ânimo, o sopro da vida... Mas apesar de tudo continuo a caminhar. Sinceramente não sei se estou a subir ou a descer... mas caminho. caminho porque não sei fazer outra coisa. Se as pedras do caminho me fazem tropeçar, logo as flores e a sombra que encontro me dão alento... se a poeira do caminho me suja e me consome de sede, a água das fontes sacia a minha sede e ajuda a lavar-me. Em tudo, mais que um fim está um principio, basta encarar-mos assim a nossa vida... mas... sim, bem sei que não é fácil... eu também nem sempre consigo... mas todos os dias tento. Havia um rapaz que, conta-se, treinava todos os dias para os jogos olímpicos, mas nem correr sabia direito... Um dia perguntaram-lhe: "para quê todo esse esforço se nunca irás às Olimpíadas?" ele respondeu: "talvez nunca consiga não sei sequer correr, mas tento todos os dias fazer o melhor que posso, quem sabe um dia não chego lá?... "

21 janeiro 2006

Onde Deus quer que eu esteja...

Um dia destes uma amiga mandou-me um mail com uma apresentação daquelas que tantas vezes circulam pela internet. Mais uma das que recebi... mas esta tocou-me especialmente:"Onde Deus me quer". Como é possivel que tantas vezes me esqueça que não estou sozinho. Deus está comigo, acompanha-me. O Seu interesse por nós começou muito cedo. O hagiógrafo anotou esta preocupação de Deus pelo Homem desde a criação, colocando na Sua "boca" uma pergunta que Ele nos faz todos os dias: "Onde estás?"...
E nós estamos... ocupados?! indisponíveis?! a tratar dos nossos problemas?!

Quantas vezes no meu caminho
sigo, assim, simples passageiro
E me sinto pois sozinho
Como errante caminheiro

Procuro apoio, sustento, companhia
Penso ir sozinho, noite e dia
E não vejo, quem, nos espinhos,
alivia e me ajuda, por caminhos

Em que Tu, Jesus, meu Deus
Acompanhas os filhos Teus
E, quantas vezes os carregas

Salvando-os dos perigos
Libertando-os dos castigos
Com Teu Amor, dando a vida.
(10/01/06)

Ou será que o oleiro não pode fazer do mesmo barro um vaso de uso nobre e um vaso para uso vulgar? Rom 9, 1

Tu, porém, nosso Deus, és bom e verdadeiro, és paciente e tudo governas com misericórdia. Mesmo se pecarmos somos teus, porque conhecemos o teu poder. mAs não pecamos sabendo que te pertencemos. Sab 15, 1-2

19 janeiro 2006

Actualizar?! Escrever mais?!


Ora pedem-me os fãs que actualize o meu blog... Informo pois que estou a proceder à mesma. Tenham calma ;) afinal foram apenas alguns dias sem escrever!!!

10 janeiro 2006

Será tudo um fim?!

Este texto é da minha autoria, mas prometo em breve revê-lo e torná-lo mais interessante...

Aquilo que para nós é um fim, nas mãos de Deus é uma oportunidade de criar algo de novo. Não concordas?!
Ao longo da nossa vida, desde que nascemos até que morremos, são muitas as etapas que têm um fim:
Chega ao fim o tempo de gestação, mas nascemos para a vida...
Chega ao fim o tempo em que somos amamentados, mas começamos a comer...
Chega ao fim o tempo em que os nossos passitos precisam de apoio, mas começamos a descobrir a nossa realidade envolvente...
Chega ao fim o tempo em que nos exprimimos por choros e outras "coisas" inefáveis, mas começamos a falar...
Chega ao fim o tempo em que apenas brincamos, mas começa a escola...
Chega ao fim o tempo de crianças inocentes, mas começa o tempo de adolescentes e jovens...
Chega ao fim o tempo em que procuramos conforto apenas nos braços da Mãe ou do Pai, mas encontramos outros amigos...
Chega ao fim o nosso tempo de estudos, mas começa o tempo em que aprendemos a trabalhar por nós...
Chega ao fim a dependência dos nossos pais, mas começa a nossa vida adulta...
Chega ao fim o nosso tempo de irresponsabilidade, mas começamos a construir e a conhecer as nossas responsabilidades...
Chega ao fim o tempo em que encaramos a vida sozinhos, mas começamos a viver em função de um compromisso ou de alguém, fazendo da nossa vida um dom...
Talvez chegue o tempo em deixamos de precisar que olhem por nós, mas precisamos de olhar por outros...
Chega ao fim o tempo em que olhamos por outros, mas começam outros a olhar por nós...
Chega ao fim o tempo de trabalhar, mas começa o tempo de descanso...
Chega ao fim a vida, mas começa a Vida sem fim...

Afinal, em tudo Deus criou algo de novo, mesmo quando tudo parecia ter acabado. E porquê? Porque Deus te ama loucamente! Toma consciência disto e ajuda os outros a tomarem também consciência... Mas não te preocupes, mesmo que não tenhas dado conta até agora, Deus vai mostrar-te que de facto te ama.

09 janeiro 2006

In epiphania Domine

Tu mostras-Te.
Eu, mesmo não sendo Rei
Nem mago (a minha magia é fraca)
Nem sequer alguém do Oriente importante...
Quero vir a Ti:

Não tenho o Ouro
mas reconheço-Te como Rei
Não Te ofereço incenso
Mas sei que Tu és Deus,
Nem mirra,
Mas Tu, de facto feito Homem,
vens ao meu encontro.

Fáz-me semelhante a Ti,
na pequenez do presépio.
Aceita o ouro da minha vontade
Aceita o incenso da minha oração
Aceita a mirra do meu ser homem.

Mostra-me a estrela...
Essa luz que me guiará
ao sacrário do estábulo de Belém.

Quero na minha vida
Adorar-Te e louvar-Te
Aceitar-Te e Amar-Te...

Amar-TE porque sem Ti nada sou
Louvar-TE porque és Deus
Aceitar-TE porque preciso de Ti
Amar-TE porque Tu me amaste primeiro...

05 janeiro 2006

Tenho sede. Nesta dia há muitas fontes. Na verdade, de quantas fonte bebemos nós?! De muitas... E quantas vezes ficamos ébrios? Não se torna nada fácil às vezes discernir qual a fonte que mana e corre através da noite escura...
Quantas vezes pensamos estar a beber da fonte, ou melhor, da Água Viva e, não estamos senão a beber um rasco refrigerante?! Mas no fundo queremos beber da Àgua Viva...
"Dá-me, Senhor, dessa água". Mas parece que é necessário conhecer o dom... e também Aquele que muitas vezes vem até nós e nos pede "Tenho sede. Dá-me de beber"... Às vezes é mesmo complicado de perceber... como é que eu próprio que tenho sede, vou dar de beber?! A realidade ultrapassa em muito estas palavras, mas querem significar isto mesmo: Tenho sede.

Dá-me dessa água viva
Tu, ò Fonte...
Tenho sede
Sei de quê...
Mas quantas vezes não encontro,
Não sei, nem vejo:
é noite...
Mas nessa noite
Vem, ò Luz
Ilumina a minha vida
Sacia a minha sede
Mata a minha fome
Sê para mim O mais íntimo,
que no íntimo me preenche.
Busco-Te,
Faz-me encontrar-Te
- Sim, mesmo na noite -
E que eu possa dizer
Bem seu sei a fonte que mana e corre
(Embora seja noite).
Rasga em mim uma nascente
Torna-me num regato,
faz-me para os outros
Caminho para Ti...
Mesmo se como caminheiro
sem bússula, sigo...
Sê para mim a Estrela-guia
o Horizonte
a felicidade
e sim, finalmente, Meta.
Sou Teu,
Mendigo, à porta das noites escuras
mas que quer chegar à manhã
Manhã sem tarde que se lhe siga
mas princípio sem fim,
partida sem chegada
de um tempo,
em que Tu, Amor-outro,
saciarás a sede que aí terá fim,
e então, vem Àgua Viva,
inunda-me: sou Teu.

03 janeiro 2006

O que tenho de novo é o jeito de caminhar





Na vida somos muitas vezes levados a situações que não sonhamos sequer serem possíveis. Mas de que nos adianta sonhar? Será que algum dia os nossos sonhos serão reais?! È belo viver... é bela a vida... sim, mas não me serve uma vida sem sentido. Procuro um sentido único, um sentido que possa seguir sem voltar para trás... mas não, vejo-me forçado a dizer mais uma vez como outro alguém já disse: o caminho faz-se caminhando e a vida faz-se vivendo... A minha meta... que curioso... sei a partida, mas desconheço a chegada... de facto acho que a chegada será um dia, longínquo ou não, mas um dia será..., e nesse dia poderei olhar para a partida e para a chegada e poderei dizer: fui feliz. Espero que sim, que um dia possa olhar o mundo que criei e onde fui actor sem papel, e dizer: fui feliz, eis-me aqui: ajudei quem precisou, olhei mais para os outros que para mim, não procurei nunca ser egoísta, mas procurei sempre dar-me até ao fim. O maior pecado que poderei encontrar, é aquele que já conheço: as faltas de amor. Não do amor-light, não, mas do Amor que é no fundo o Próprio Amor. Mas sei que Tudo posso n’Aquele que me sustenta...

Dá-me um coração puro,
um coração que saiba amar
um coração que saiba reconhecer-se pequeno
mas que saiba cada dia crescer
... Crescer porque mais amou
Porque mais se entregou,
Porque mais Te reconheceu nos outros
Porque a Ti buscou
A Ti achou
E a Ti se entregou
E nunca mais Te deixou...

Coloca à minha volta um jardim,
Onde brotem as mais belas flores
As flores que eu semeie no caminho...
Sim, torna-me um jardineiro,
Que cuide das rosas que colocas no meu caminho…

Mas, se achares que é demais,
assim um jardim
Dá-me um pequeno pedaço de terra
E sê em mim a Água viva
Que fará florir as sementes
Num pequeno vaso de barro
Neste pequeno pote partido
E molda-me,
molda-me como se fosses o Oleiro
E eu o barro,
a argila da terra
A mais tosca terra...

E porque das pedras podem surgir filhos
Toma-me como um Pedreiro...
Desenha em mim,
Com o cinzel do Teu Amor,
Uma pequena estátua
Mas que embora pequena,
Seja cada vez mais perfeita,
E vendo-a, Te possam louvar.

Como um pequeno grão de areia
Como uma pequena poeira
Faz-me Senhor.
Sou Teu, faz de mim o que queiras
Tudo quanto fizeres eu o aceito.
Transforma a minha vontade
De pródigo filho,
à Tua imagem...
Então poderei exclamar: sou feliz

No dia em que a noite não se seguir,
No Dia sem fim
Aí, possa louvar-te
Também sem fim.

Olha, desenrasca-Te...
Eu estou aqui, faz de mim o que queiras…