Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

04 dezembro 2006

Advento: O SENHOR VEM! (I)


São quatro as semanas que antecedem o Natal, e as que dão início a um novo ano litúrgico, durante o qual preparamos a vinda de Jesus Cristo. O que quer dizer para nós, crentes do séc. XXI, isto? Preparar a vinda de Jesus Cristo?
Certamente não temos que fingir que Ele ainda não veio ao nosso mundo, tal como se fossemos os homens e as mulheres do Antigo Testamento que esperavam a chegada do Messias. Jesus Cristo já veio. Deus já se fez Homem, e com a Sua vinda, transformou já a nossa história e a nossa vida. Este é um facto que aconteceu há já dois mil anos, num lugar concreto, no meio de um povo concreto. E foi o Menino que nasceu que iniciou um caminho do qual todos nós somos herdeiros. Fez-se Homem, percorreu a Galileia e a Palestina, de uma forma nova, abriu caminhos inesperados. Anunciava o Amor de Deus – o Reino de Deus – que se estava a converter em realidade plena para todo aquele que o quisesse viver. Bastava mudar o coração, dispor-se a amar, ser capaz de renunciar à riqueza e ao poder, defender os mais fracos, não concordar com a opressão, deixar toda e qualquer segurança humana, e não ter outro apoio senão Deus. Além de anunciar, tornou realidade o que proclamou: abriu os olhos aos cegos, curou os doentes, levantou o ânimo aos abatidos, trouxe de novo os marginalizados, libertou a mulher adúltera daqueles que em nome da Lei a queriam apedrejar...
Todos se sentiam atraídos por este Jesus, uma multidão imensa seguiu-o. Não percebiam claramente o que dizia. Sentiam e experimentavam que naquele pregador havia uma força que fazia viver, que renovava o sentido às coisas, Nele, Deus tornava-se próximo. Acabou cravado numa cruz pois para Ele não havia nada maior que o amor, nenhuma Lei lhe passava adiante. Ora isto colocava em causa demasiadas coisas e autoridade... era verdadeiramente insustentável. Tornou-se então, para os responsáveis de Israel e para os governadores romanos, imprescindível liquidá-lO. Permaneceu fiel ao caminho que traçou, mas acabou pregado numa cruz. Como é contraditório o ser humano... Contudo o amor de Deus é sempre mais forte que o mal e a morte dos homens, e Jesus, o Filho do Deus-Amor, vence as cadeias da morte ressuscitando glorioso, e aqueles que o tinham seguido, experimentaram a Sua presença e receberam o Seu Espírito.
Desde então este grupo foi crescendo, e hoje somos Igreja à imagem daquele grupo de discípulos, continuando o que Jesus Cristo, esse Menino-Deus que se fez Homem, anunciou e o que a Sua Incarnação significa: Deus ama-nos e quer estar no meio de nós, para que nós estejamos n’Ele.

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