Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

19 dezembro 2007

Mensagem de Natal

É tempo de enviar e receber mensagens de Natal. Fica a minha para todos vós...


04 dezembro 2007

"Maranatha"

Procurei sentar-me e escrever qualquer coisa. Mas hoje não me saiu nada... Em todo o caso lembrei-me de ir ler alguns textos do início deste blog e decidi publicar novamente um excerto de um deles que me diz muito e que continua a transmitir o meu pensamento actual...

Luz terna suave, leva-me mais longe
E quando faltar apenas um passo para a Ti chegar
Mostra-me o Calor que aquece...
A Luz que não se apaga...
E é essa praia onde tenho de chegar
que me continua todos os dias a fazer navegar...
Na verdade, nem sempre foi como hoje que te peço
mas ao fim terei abrigo e acesso
Ao Teu porto seguro, á Tua plena luz...
Dá-me a Tua mão e não terei medo
Meus passos a andar hão-de ser firmes
se Tu me deres a mão...
Luz terna, suave no meio da noite...
Esta é a noite... Vai raiar nova madrugada...
Depois de um dia virá a noite, e da noite
virá o dia que não mais se apaga...
Na noite desta vida, com ténue luz acesa,
esperamos alegres
Maran-thá!

27 novembro 2007

Uma Imagem do Reino...


"Louvor ao nosso Deus que está sentado no trono, e ao Cordeiro. A benção, a glória, a sabedoria, a acção de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amen."

08 novembro 2007

Eu, Job, ou Job e a nossa própria existência

Que fazes, meu Deus? Acaso dormes?! Porventura não vês que se apaga a minha vida?! Acaso rejeitas aquele que se volta contra Ti? Porque me rejeitas? Porque permaneces calado? Comparece diante de mim, mostra-me as Tuas razões!
Invoco-Te e não me respondes. Procuro-Te e não apareces. Estás antes diante dos ímpios. Os caprichos deles têm o seu cumprimento. Os anseios de alguém justo não passam disso mesmo. Dás-me e tiras. Mas não é por isso que Te peço contas. Preocupa-me antes o Teu silêncio. Todos me dizem que vale mais abandonar-Te. Tudo me aconselha a que deixe de crer em Ti. Interrogam-me sobre as minhas acções. Querem ver nelas a causa da minha inquietação. Até o mais íntimo se levanta contra Ti...
Mas continuo inocente. E se de todo não o sou, eis que venho a Ti com as mãos estendidas. Eis que me coloco diante de Ti como um pano nas mãos de uma lavadeira, para que afastes de mim toda a iniquidade. Lava-me e ficarei branco.
Não poderei acaso compreender-Te? Apresenta-Te diante de mim. Dá-me as Tuas razões. Deliberemos juntos. Finalmente Te mostras. Eis que Te escuto:
“Quem te criou, ò criatura pequena?!
De onde vem tudo o que tens?
Acaso não fui Eu que infundi o Meu sopro em ti?
Porque haverias de dominar uma obra que não é tua?!
Voltas agora as tuas palavras contra Mim,
Acaso não é no Meu colo que te refugias, ò homem?
Não sou Eu que preparo tudo o que precisas?
Responde-Me agora tu, que te atreves a questionar-Me, a Mim, o Senhor do Universo!
Dá tu mesmo solução aos teus problemas,
se acaso fores capaz!
Entende tu mesmo o mundo,
se acaso estás nele sem Mim.
Rejeita agora o Meu amor como costumas fazer.
Fiz aliança contigo mas tu ousas quebrá-la.
Não és fiel, mas esqueces que Eu Sou.
Tens um coração de pedra
e queres arrancar o coração de carne que para ti criei.
Acarinho-te e tu maltratas-me.
Chamo-te mas tu não Me respondes.
Dizes que não te ouço,
mas tu é que não falas comigo,
Eu que sempre te escuto.
Que compreendes tu da tua própria vida?
Não segues os Meus caminhos.
A fonte de que bebes não é a minha.
Dei-te o mundo. Que fazes dele?
Eu, o Senhor, fiz-Me um como tu,
para te mostrar que podes ser como Eu.
Amei-te com amor eterno.
É assim que me pagas?!
Procura-Me, pois eu deixo-Me encontrar.
Encontra-Me pois tens em ti a Minha imagem.
Ama-Me porque Eu já te dei o exemplo.
Mas se mesmo assim Me rejeitares,
Eis que Me coloquei no mais íntimo de ti,
Como um mapa, para que saibas que estou no teu caminho,
Eu, o Senhor.
Eis que estou sempre contigo,
Eis que a Minha graça vale mais que a vida.”

29 outubro 2007

www.santosubitoonline.com

Diário (5)

E se quiserem um dia falar sobre mim?!

Não falem!
Prefiro antes que se calem...
Vivo como quiser
mesmo se não quanto quero fizer.

Falar já eu falei...
leiam o que escrevi!
afinal escrevi tudo quanto vi
mas não vi tudo o que vivi.

E se quiserem mesmo assim falar
procurem bem entender
aquilo que eu quis esconder
quando disse: vivi apenas para amar.

Procurem-me talvez junto de Deus
e encontrem-me nestas linhas
- e que nem estas são minhas -
pois até os que estão com Ele são Seus.

"Meu Deus tende compaixão de mim que sou pecador"

Quantas vezes rezamos como o fariseu?! "Ainda bem que não sou como os outros. Eles são.... e ... e... " Da oração do publicano poderíamos aprender a transparência de alma: é pecador, sabe-se pecador, apresenta-se perante Deus como pecador, e é por causa da sua transparência que volta para sua casa justificado. A "folha de serviço" que o publicano apresenta dos outros é a mesma que tendenciosamente fazemos daqueles que nos rodeiam. Mas quando quisermos rezar, recordava a liturgia, que é a oração do humilde que atravessa as nuvens, isto é, que chega até Deus... "O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz!!!"

25 outubro 2007

Uma interrogação

Porque é que na vida temos de necessariamente ter altos e baixos? Porque é que temos de sentir a ausência das pessoas? Porque é que tudo parece, às vezes, carecer de sentido? Porquê...? Porquê...?

24 outubro 2007

E eu?

Que poeta não finge?!
Que pensador não mente?!
Nunca põe em verso quanto sente
Não usa as palavras para falar...

Disfarça... oculta... confunde
mas fala, diz o que sente.
Mente.
Não iriam compreender.
Ele entende os outros,
quem me entende a mim?

22 outubro 2007

Diário (4)

Há momentos em que a vida parece ganhar mais sentido. Outros em que a vida nos recorda o seu sentido. Talvez alguns em que não faça sentido. Todos já vivemos momentos assim... e de uma forma ou de outra, mesmo aqueles que não querem pensar n'Ele, acabam por buscar n'Ele uma razão, um refúgio, os motivos... Os últimos dias foram para mim ocasião de experimentar um pouco de cada uma destas situações... Nestes momentos há respostas que ficam por dar. Talvez tivesse sido apenas ocasião de lançar as questões. As respostas hão-de chegar... Pouco importa se mais agora, ou talvez mais logo, ou nunca, o que importa é que a vida seja um caminho para que o Reino chegue até nós.
Abre em mim a portas do Teu Reino,
rasga os portões da Tua misericórdia e do Teu amor,
molda o meu coração de pedra num coração de carne,
age em mim com o Teu coração,
então serei feliz,
pois nada há-de afastar-me de Ti...
Sim, há-de ser esse o Dia feliz,
em que serás a Paz...

15 outubro 2007

"Morro porque não morro", Teresa de Ávila

Vivo sin vivir en mí
Y tan alta vida espero
Que muero porque no muero.
Vivo ya fuera de mí
Después que muero de amor,
Porque vivo en el Señor
Que me quiso para Sí.
Cuando el corazón le di
Puso en él este letrero:
Que muero porque no muero.


Esta divina prisión
Del amor con que yo vivo
Ha hecho a Dios mi cautivo
Y libre mi corazón;
Y causa en mí tal pasión
Ver a Dios mi prisionero,
Que muero porque no muero.

¡Ay, que larga es esta vida,
Qué duros estos destierros,
cárcel y estos hierros
En que el alma esta metida!
Sólo esperar la salida
Me causa dolor tan fiero,
Que muero porque no muero.

iAy, que vida tan amarga
Do no se goza el Señor!
Porque si es dulce el amor,
No lo es la esperanza larga:
Quíteme Dios esta carga
Más pesada que el acero,
Que muero porque no muero.

Sólo con la confianza
Vivo de que he de morir,
Porque muriendo el vivir
Me asegura mi esperanza.
Muerte do el vivir se alcanza,
No te tardes, que te espero,
Que muero porque no muero.

Mira que el amor es fuerte;
Vida, no me seas molesta,
Mira que sólo te resta,
Para ganarte, perderte;
Venga ya la dulce muerte,
Venga el morir muy ligero,
Que muero porque no muero.

Aquella vida de arriba,
Que es la vida verdadera,
Hasta que esta vida muera
No se goza estando viva.
Muerte, no seas esquiva;
Viva muriendo primero,
Que muero porque no muero.

Vida, ¿que puedo yo darle
A mi Dios que vive en mí,
Si no es perderte a ti
Para mejor a El gozarle?
Quiero muriendo alcanzarle,
Pues a El solo es al que quiero.
Que muero porque no muero.

12 outubro 2007

Diário (3)

Deus. Ele ama-te. Ama-me. Ama-nos. Mas como posso ver o Seu amor se ninguém mo der a conhecer?! Se ninguém de carne e osso me disser que me ama?
Podias ter-me feito um santo Senhor. Podias ter-me poupado a todas as situações que acontecem na minha vida e que me afastam de Ti. Porque não o fizeste? Porque não me criaste só com coisas boas?! Porque tenho de passar também pelas pequenas coisas más?! Ou às vezes maiores que eu?!
Há noites escuras, noites em que não Te vejo, não te consigo encontrar... É a noite escura dos sem amor... e nesse noite, vem Tu, ò Senhor, dar luz e vida...

10 outubro 2007

Diário (2)


Deus de quem afastar-se é cair, a quem dirigir-se é levantar-se, em quem permanecer é estar firme, a quem voltar é renascer, em quem habitar é viver.

Sto. Agostinho, Soliloquios I, 1,3 PL32, 870

Na verdade sinto que quando me afasto de ti caio. Ajuda-me a ir para ti, que eu me possa levantar para ficar em ti, para que firme, tendo voltado a ti renasça, e habitando em ti de facto viva!

01 outubro 2007

Ela compreendeu...

O amor é a chave da minha vocação. Compreendi que se a Igreja tinha um corpo, composto de direferentes membros, não poderia faltar-lhe o mais necessário e mais nobre de todos. Compreendi que a Igreja tinha um coração e que esse coração está ardente de amor. Então, no auge da minha alegria exclamei: Jesus, amor meu... finalmente encontrei a minha vocação. A minha vocação é o amor. No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor...

Teresa do Menino Jesus e da Santa Face

24 setembro 2007

"Tende cuidado com a maneira como ouvis"

Apenas pode sentir a falta de Deus quem já experimentou a sua presença. E quando isto acontece é um sinal do agir d'Ele na nossa vida. Não é meu o pensamento. Partilho-o com o seu autor, e convosco... Jesus fala hoje da presença de Deus. Não é difícil de compreender o que Jesus quer dizer: ninguém acende uma lâmpada para a tapar de modo a que a sua luz não se veja. A lâmpada acesa ilumina o que está ao seu redor. Quem age como filho da luz é esta espécie de lâmpada e as suas obras não são ocultas. Elas iluminam aqueles que nos rodeiam, e nenhuma das nossas obras é oculta. A advertência com que Jesus termina não nos deixa indiferentes: "tende cuidado com a maneira como ouvis". É que nem sempre ouvimos tudo da forma como Jesus ouviria. Às vezes ouvimos pensando que connosco é diferente... Deus quando passa na vida de uma pessoa não nos deixa ouvir de outra forma que não seja conforme ao Seu coração. Há dias em que não deixamos Deus falar, outros em que Ele fala e nós não o escutamos... A maneira como ouvimos há-de ser sempre conforme à Sua vontade, para que a nossa vida brilhe como luz diante dos irmãos, para que O glorifiquem.

22 setembro 2007

Há coisas do outro mundo...

«Como podes ter a certeza do que queres fazer? Sim, como podes tomar uma decisão que afecte desta forma a tua vida, numa idade ainda jovem?!» Nos últimos dias tive alguns diálogos com pessoas diferentes que começaram, ou a dada altura se encontraram nestas mesmas inquietações. Chegam também notícias de profissões monásticas... Como podemos estar certos de que não nos enganamos?
Ao longo da nossa vida as nossas decisões reflectem-se. Com umas perdemos e com outras ganhamos, para usar uma linguagem do lucro. Ocorre-me a pergunta retórica de Jesus: "De que serve ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder tudo?"... Ou ainda um outro pensamento de alguém, que não muitos tiveram ocasião de escutar, mas que se expremia da seguinte forma: "Tudo é efemero e passageiro. A nossa fé pelo contrário é uma espécie de seguro que fazemos para o outro mundo" e prosseguia, mas o que queria relembrar está contido nestas palavras.
À luz da fé decisões insensatas aos olhos de muitos, ganham sentido, pois o que parece louco e insensato aos olhos do mundo é que Deus escolheu para confundir a sabedoria, chamando o que nada vale a seus olhos, mas que aos Seus olhos há-de ser instrumento de amor. Mas atrevo-me a colocar outra hipótese: mesmo sem fé estas decisões são assim tão insensatas?! Já não somos livres de fazer escolhas duradouras quanto a nossa vida o permite?
De facto na sociedade actual ninguém se compromete com nada por muito tempo. É só pelo tempo que nos convier. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, mas ao passo que Ele se compromete connosco desde o ventre materno, para nos chamar a todos à salvação, nós arranjamos desculpas para não nos comprometermos. O futuro é incerto. Emprego e família são tantas vezes uma dicotomia que poucos conseguem harmonizar. Talvez por isso quando aparece alguém que se decide pelo celibato, respondendo ao Apelo, e que como modo de vida se consagra ao serviço do Reino, isso pareça uma coisa do outro mundo. Do outro mundo, de facto é, mas toda a vocação do ser humano é isso mesmo, uma vocação a um outro mundo.
Quem dera que nos nossos corações, de homens e mulheres, verdadeiramente deste tempo, nascesse a disponibilidade para compromissos eternos à imagem e semelhança do próprio Deus. E ainda que esse caminho humanamente entendido pudesse falhar, há algo que vem de Deus e não falha: a nossa vocação comum à felicidade, à santidade, à comunhão eterna com Deus...
Qualquer que seja o caminho a seguir, pode ser que mais tarde ou mais cedo nele venham a aparecer dificuldades, mesmo tantas e tais que obriguem a que esse caminho seja alterado, mas importa saber em Quem colocamos a nossa confiança. E aí sim, ao contrário de tudo aquilo que é mundano e passageiro, Ele não falha. Nunca.
Mas a propósito vem a advertência do Evangelho: quem não é fiel no pouco também o não é no muito.

21 setembro 2007

Diário (1)


A ausência de algumas pessoas na nossa vida vai criando um vazio tão grande que parece não ter fim. É incrível como conseguimos por vezes distanciar-nos de uns, ou desligar de outros. E mais, parece que nada disso nos faz falta... parece que nada nos faz voltar ao caminho que deixamos. Diz um provérbio oriental que não se deve deixar crescer a erva na porta de um amigo, de um irmão... Mas o que fazer quando a erva começa a ganhar força e a brotar da terra, apagando a trilha que outrora serviu para fazer chegar ao outro o sangue que batia através do coração?!
Em momentos tais, apetece gritar como aquele que se sente abandonado na beira do caminho: Jesus, Jesus! Preciso de Ti...

17 setembro 2007

Diário (0)

Quando estamos quase a terminar umas férias queremos e temos a sensação de ter de aproveitar todos os momentos até ao ultimo milésimo de segundo. É assim ano após ano... cada vez que acontece este fim de férias, acontece um apertar miudinho do estômago. Não é medo. É uma espécie de ansiedade por reviver o ritmo anual habitual... ano após ano. Falta mais ou menos uma semana para terminar este horário livre de imposições agendadas, daí estes pensamentos soltos, sem grande nexo. Tal como a minha cabeça nesta altura. Sem grande nexo de pensamentos...
Há uma ideia disparatada que todos os anos antes do começo das aulas me ocorre, a mim que nem me sinto dos mais cábulas, porque não haveria de ser ao contrário?! Este tempo que passou de aulas, e o tempo que vem de férias! Não é por nada, mas no fim das férias é que se vê que muito mais havia para fazer, muito mais haveria... muito mais houvera...
Desculpem a desconexão. Ainda são férias!

09 agosto 2007

As férias são ocasião de oração...

Hoje apetece-me agradecer-Te tudo quanto nos concedes, mesmo quando, e se nunca merecemos. Contemplar e viver a maravilha da juventude, que melhor oração que esta?! Entregar-Te todo e cada instante, para que o vivas comigo, para que me saiba sempre acompanhado, sempre seguro no Teu abraço de Amor. Obrigado, meu Deus.

23 julho 2007

Confio em Te abraçar

Queria, meu Deus, encontrar-Te
Sem que ninguém
Nada, nem mesmo o silêncio,
Me pudesse distrair de Ti.

Então amar-Te-ia como os santos,
Sem nunca Te deixar,
Amar-Te seria para mim
Um suave respirar:
Suave…
Como respirar para viver.

Paz no coração,
Encontrar-Te, na solidão,
Um Amor que já é,
Um Amor para amar.

Não sou santo…
Nem muito, nem tanto,
Mas busco-Te como Luz nos meus dias,
Como sol no meu horizonte,
Desde a manhã, a iluminar
Esta fronte...

Mesmo assim confio
Em Te abraçar,
Quando Te encontrar,
Como filho muito amado
De um Pai, que tinha abandonado.

27 de Maio 2007.

16 julho 2007

Em arrumações...

No ano passado tive ocasião de participar numa escola de oração organizada pelo Padres Carmelitas, no Convento Stella Maris, Foz do Douro, Porto. Andei a arrumar uns "papéis" e encontrei esta reflexão. Partilho-a na esperança de que vos possa ajudar nesta caminhada de "seres animados pensantes".
"Tornar-mo-nos servos do Amor, eis o fim para que fomos criados" (Teresa de Jesus V11,1)
O verdadeiro orante, reza onde quer que seja. Somos muito diferentes, Ele e eu. A diferença entre nós é intransponível por mérito nosso.
Ele deixa-nos liberdade para seguirmos o caminho que quisermos seguir. A Sua paixão descentra-se de ser nos Seus próprios interesses, mas em favor dos outros, não como nós, cujas paixões estão centradas em nós.
A nossa condição e realidade é esta. Pelo contrário, em Jesus, o centro deixa de ser Ele, e passa a ser em favor dos outros, no interesse dos outros. Partimos, então, da oração para colocar "no sítio" aquilo que em nós está desordenado.
"O amor não se cansa, atrai-nos, espera sempre". Quando por vezes pensamos estar a construir a nossa vida, o nosso futuro, o nosso ..., o nosso... acontece que basta chegar ao virar da esquina e encontramos apenas as nossas mãos vazias: nada restou.. Com os olhos de Deus vemos as coisas de modo diferente: "faça-se a vossa vontade assim na terra como no céu"...
O objectivo final é que a nossa vontade seja a vontade de Deus, vivendo o céu na terra, assegurando assim que a nossa vida não seja senão o cumprimento da Sua vontade.
Jesus espera por nós, cansado, mas curando as nossas feridas, acolhendo-nos, sarando as nossas chagas, como sempre, de braços estendidos...

05 julho 2007

O "meu" Salmo 24

Para Ti Senhor elevo a minha alma, pois em Ti confio
Que eu não me deixe confundir, nem de mim possam rir os inimigos
Não são confundidos nunca os que esperam em Ti
São sim confundidos aqueles que ignoram o que eles mesmos dizem…

Mostra-me Senhor os Teus caminhos, ensina-me as Tuas veredas
Guia-me na Tua verdade, e ensina-me,
Tu és Deus, meu salvador, em Ti espero sempre

Lembra-Te e tem compaixão de mim
A Tua graça é eterna
Não Te lembres das minhas faltas,
Os pecados da minha juventude,
Lembra-Te antes de mim com a Tua compaixão
Por causa da Tua bondade

Tu, meu Deus, és bom e recto:
Ensina o caminho a este pobre pecador
Orienta os humildes na justiça
E dá-lhes a conhecer os teus caminhos

Todos os Teus caminhos são misericórdia e fidelidade
Para os que guardam a Tua aliança e os Teus preceitos
Por amor do Teu Nome
Perdoa o meu pecado, por maior que seja.

Quem é o homem que teme ao Senhor?
A este ensinas o caminho a seguir
Ele há-de viver feliz
E a sua posteridade há-de possuir a Terra

São amigos do Senhor os que O respeitam
E Ele lhes dá a saber o Seu amor
Os meus olhos estão postos n’Ele
Pois Ele livra os meus pés da armadilha

Olha para mim e tem compaixão
Estou só e desprotegido
Alivia o meu coração
E livra-me dos meus tormentos.

Olha a minha miséria e inquietações
E apaga todos os meus pecados
Vê como são numerosos os meus inimigos
E com o ódio que eles me importunam

Defende a minha alma e livra-me:
Nunca me hei-de envergonhar de ter confiado em Ti
A inocência e a rectidão me ajudem
Pois foi em Ti que pus a minha esperança.

Ó Deus, liberta este Teu Israel
De todas as suas adversidades.

30 junho 2007

Let the seasons begun...

perdoem não "youtubar" este vídeo, mas fica a possiblidade de seguirem a pista... http://www.youtube.com/watch?v=gsfAmkKRcFU

E porque é altura de clarificar as coisas...

O contador de visitas do blog vai denunciando o número agradável de visitantes que vou tendo... mas não há comentários nos posts que vou fazendo e por isso... Tenho de vos ameaçar, muito seriamente:


Chegam as férias... e há que escolher os bares onde ir!


Não costumo fazer isto... mas alguém que ponha mão aos pensamentos que esta imagem provoca... :-)

Fim do... ano lectivo...

Quem costuma ler as palavras soltas que por aqui vou escrevendo, pode acompanhar, num blog espécie de diário espriritual, o meu percurso. Concluí mais um ano lectivo. Antes, e mais objectivamente, um semestre lectivo. As novas experiências mais uma vez marcaram fortemente este período, além das novas matérias, é claro. Não posso deixar de testemunhar a mais-valia disto... e algum penar por não sabermos o que nos reserva o futuro. Numa comunidade inter-diocesana, que bom seria ver que demos tudo quanto tinhamos pelo bom nome da instituição e pelas garantias que poderia ter. Se não as tem, não podemos ilibar-nos das culpas que nos são devidas, mas constatamos, sinceramente, que muito mais haveria de ter sido feito antes de chegarmos a este ponto. Àqueles que o não fizeram, poderemos agradecer estes momentos de incertezas que vagueiam, ou deveriam vaguear, de forma omnipresente, no pensamento daqueles outros, ou dos mesmos, que têm responsabilidades a cumprir... Boas férias a todos, e perdoem o desabafo!

20 junho 2007

Entra no teu quarto... fecha a porta... Ele te dará a recompensa...

Convidaram-me a participar num blog, http://apenasoracao.blogspot.com, onde publiquei esta pequena oração... rezem nesse blog, que a oração é Deus connosco e a vida sozinhos não tem sentido!

Procuro-Te,
a Ti busco,
quero fazer a Tua vontade,
quero fazer tudo
para que em tudo sejas mais louvado,
e para que Te glorifiquem.
Que vendo as pequenas gotas do meu esforço,
esta vontade de cada dia Te procurar,
Te louvar,
Te agradecer...
possam desejar como eu,
recolhido no íntimo do meu ser,
que desejo amar-Te,
até ao Dia eterno,
até que possa cantar sem fim
que o Teu amor, Tu meu Senhor,
Tu, na verdade, és para sempre...
Acolhe o meu desejo,
dá-me a vida segundo a Tua promessa,
pois a Ti me abandono,
em Ti meu refúgio. Amén.

14 junho 2007

Perder alguém

Somos seres animados pensantes. Mas chega um dia em que a nossa maneira de ser muda. Transforma-se. Deixamos de viver neste corpo, que se corrompe, e passamos a viver de uma outra forma, livres de todos os limites e limitações que este mundo nos impõe, ou que a nossa existência nele comporta. A separação física é que custa, mesmo se sabemos que “do outro lado” é Deus quem nos acolhe, e que Ele está também connosco, e que portanto estamos todos juntos. Perder alguém que foi tantas vezes um amigo, um avô, um verdadeiro pai, que deu tanto de si para nós, que nos acarinhou com tudo o que tinha e era, não é na verdade perder. Prefiro pensar que é ganhar, e de facto é-o. Ganhei mais alguém junto de Deus. Obrigado Senhor pelo dom da sua vida. Obrigado pela sua presença, sinal da Tua preocupação por nós. Ele ouviu já a voz do Senhor que lhe disse: “entra na alegria do teu senhor”. Que os seus últimos dias no meio de nós, num grande sofrimento, talvez inconsciente, possam dar fruto, como o grão de trigo lançado à terra. Nunca te estarei grato o suficiente. Até que nos voltemos a reunir, permanecerá a saudade e a aparente ausência, mas confio e sei que estás nas mãos de Deus, onde também eu me quero colocar, para que, no Seu abrigo, Ele me continue a proteger.

05 junho 2007

Vale a pena a vida!!!

Posso citar-me a mim próprio?! Então permitam-me que transcreva o post que aqui coloquei há um ano atrás...

"Num sonho, como que numa quimera, encontrei-me neste dia e apercebi-me de que tinham passado dezanove anos. Acabaram. Amanhã já serão vinte. E isto fez-me pensar. Sentir triste, sentir alegre, confuso, agradecido, direi para resumir que foi um turbilhão de sentimentos. É um dia importante de uma vida. Duas décadas de existência. Não sei se vale a pena ter saudades daqueles anos que já passaram, deste que termina, de outros que virão. Mas vale certamente ter esperança, a esperança que não acaba quando os anos terminarem. Sinto-me agradecido. Ao mesmo tempo confiante. Não sei o que me espera ao virar da página. Mas a alegria da vida, a força que brotada juventude e a serenidade que o tempo trás à maturidade adquirida, são coisas maravilhosas. Grito bem alto: vale a pena a vida. Vale a pena amar, sofrer, sorrir, chorar, criar, descobrir, inventar, errar, caminhar, cair, voar, nadar, saltar, correr, comer, beber, respirar, falar, calar, adorar, rezar, louvar, agradecer, conhecer, perder, ganhar, esperar, sonhar...VIVER!!! "

Digamos que as duas décadas passaram, muitas coisas mudaram, mas o essencial mantém-se: este pensador, agradecido pelo dom da vida, que quer fazer dela um serviço ao próximo.

23 maio 2007

Seduziste-me Senhor!

Encontrei esta pequena oração num pequeno panfleto... fez-me bem meditar nas palavras que contém... fica a partilha.

Senhor,
Tu agarraste-me e eu não pude resistir.
Corri durante muito tempo, mas Tu perseguias-me.
Dei voltas, entrei por desvios, mas Tu os conhecias.
Tu alcançaste-me, ganhaste.
Aqui estou, Senhor. Eu disse sim, quase sem fôlego,
Quase sem forças, e quase sem querer...
Mas, de repente, pousaste sobre mim o Teu olhar de amor.
Já não poderei mais esquecer-Te Senhor.
Num instante conquistaste-me, num instante me agarraste.
Sem Te ver, eu reconheci-Te, senti-Te sem Te tocar,
Compreendi-Te sem Te escutar.
Agora sei que estás aí, presente junto a mim, e, em paz, descanso sob o Teu olhar de amor.
Basta erguer para Ti os olhos da minha alma, para encontrar o Teu olhar.
E logo nos entendemos; tudo está claro, tudo está em paz!

17 maio 2007

Desafio...

De um "jogo de palavra"s o que mais poderia esperar senão que me colocasse este desafio?!
Aqui respondo Nuno.

Eu quero: ser feliz...
Eu tenho: lábia para muita coisa
Eu acho: que a vida é um caminho para Amar
Eu odeio: a velhacaria astuta e manhosa
Eu sinto: cansaço neste momento
Eu escuto: música a toda a hora
Eu cheiro: ao meu perfume
Eu imploro: paz e sossego
Eu procuro: Deus
Eu arrependo-me: de muita coisa
Eu amo: aqueles que Deus colocou no meu caminho para amar
Eu sinto dor: pela maldade (quando a encontro)
Eu sinto a falta: de ter um coração puro e simples como uma criança
Eu importo-me: com aquilo que não tem importância
Eu sempre: acelerado
Eu não fico: quieto
Eu acredito: no Amor que é Deus
Eu danço: sozinho se fdoir preciso, mas poucas vezes
Eu canto: o silencioso canto dos solitários
Eu choro: e quando não choro pergunto-me se não é melhor chorar também (lava-me por dentro)
Eu falho: porque sou humano
Eu luto: sem parar por aquilo que quero
Eu escrevo: tal e com a mesma necessidade com que respiro
Eu ganho: fôlego antes de ir a alguns sítios
Eu perco: muitas coisas
Eu confundo-me: perante o aparente progredir de tanta maldade no mundo
Eu estou: no meu quarto
Eu fico feliz: com pouco
Eu tenho esperança: na misericórdia de Deus
Eu preciso: de caminhar seguro
Eu deveria: ser mais concentrado
Eu sou: quem sou, não me arrependo de ser Eu, pensador nas horas livres, sonhador quando ocupado.

Agora lanço o desafio para:
http://oblogdoangelo.blogspot.com/
http://tocarlos.blogspot.com/
http://ardaguarda.blogs.sapo.pt/

16 maio 2007

Porquê a maldade?

15 maio 2007

Pensamentos dispersos na ilusão de um louco pensador


A vida é cada dia uma surpresa. Uma verdadeira aventura. Se há momentos que de alguma forma nos entristecem, outros há que nos fazem sentir vivos, bem vivos, e ainda bem que estamos vivos. Não sei se vos acontece acordar pela manhã com uma sensação de vazio e de repente algo encher o nosso dia... Ou então aprender coisas que são verdadeiras sensacionalidades, ou escutar verdadeiras banalidades, e mesmo assim sentir que tudo é maravilhoso?!

O rosto de alguém pode revelar aquilo que lhe vai por dentro... mas a mera sucessão dos momentos obriga-nos a transformar aquilo que não é digno de nós, e a revelar assim auqe maior do que aquilo que nos vai cá dentro é Aquele que nos faz "mover, ser e existir"...

"Escrevo-vos porque vencestes", porque em cada dia eu aprendo a vencer, porque cada um faz essa mesma experiência... Vencer... Houve Alguém que venceu tudo o que havia para vencer. Entristece-me não corresponder a essa vitória como desejaria, mas alegra-me saber que Ele venceu por mim, e me ajuda cada dia a vencer... (Não que a vida seja uma competição, embora por vezes possamos olhá-la desse modo) Gostava de aprender a ver a vida como um caminho para amar e poder ensinar isso mesmo... Como a pequena Teresinha exclamar: "Vivo de amor"!

10 maio 2007

Porque o dia de Ontem, ajuda a perceber o de hoje...

Vazio. Hoje sinto-me vazio. Em desacordo com a vida e comigo mesmo. Parece que não tenho a "sorte" de alguns dias. Enfim, há dias assim. Talvez porque me fecho sobre mim mesmo. Ignorando o que está fora, com medo de me magoar, com medo de que me magoem. Não sei. Amorfo. É um estado de apatia. Detesto estes dias. Nem sei porque os deixo acontecer. Que aborrecimento. Sorrir por fora e chorar por dentro. Calem-me estes dias.

07 maio 2007

Louco?!

«...Vácuo imóvel e mudo! Necessidade fria e eterna! Destino louco! Que sós estão na ampla necrópole do universo. E eu também estou só, só comigo mesmo. Ó Pai, onde está o teu peito infinito para poder reclinar-me nele?...» (o Homem louco - texto adapt. de Jean Paul, filósofo ateu francês - Excerto do Teatro "Deus Morreu?!", apresentado pelo S M G)
Por vezes a personagem que encarnei sou eu mesmo, em cada dia. Também tenho dias em que me sinto só. Só, comigo mesmo. Só, no meio do mundo. Só, na presença de Deus. Mas só. Que raio de vida. De facto, que destino - entenda-se vida - louco! Quanto de só, de vácuo, de imóvel e mudo tem por vezes o meu interior. Quisera tantas vezes dar largas a todo o turbilhão de sentimentos que pululam bem dentro de mim. Mas não. Calo e não digo. Penso mas não faço. Engulo mas não deixo transparecer. Pergunto-me tantas vezes se Seguir Cristo também é isto.
Não olho para tudo como uma ampla necrópole, tudo à espera de uma purificação pela morte, e num momento futuro é que tudo há-de ganhar sentido. Deus há-de ser tudo em todos, sim. Mas a criação é obra Sua. E não creio que esta seja uma imensa cidade de mortos, onde as diversas cores deixam adivinhar a alegria do que é estar ainda do lado de cá. Mas porque há-de ser tudo assim? Porque não havemos de poder dizer tudo quanto nos vai na alma? Diz o salmista, "agora porém gritarei como aquela que dá à luz, desafogarei todo o meu ardor". e GRITO. E gritarei. Não sei se seguir Cristo é também isto. De certo é abandonar-se à Sua vontade e acreditar que nenhuma dificuldade é maior do que Ele. Quando nos sentimos sós, e comigo muitas vezes felizmente acontece, depois de algum modo Ele (Se) me faz sentir bem perto.
Louco?! Sim, bastante pois não é fácil que muitos vejam sensatez na adesão a Alguém que deu tudo sem esperar nada em troca, e que quer que façamos o mesmo. Não seremos salvos de certeza pela grandeza dos nossos méritos, mas pelo Amor infinito e omnipotente que Deus nos manifestou no Seu Filho. Louco Ele, insensato aos olhos do mundo. Mas não encontrou Ele descanso no peito infinito do Pai? Não foi Ele ressuscitado como Aquele a quem o Pai disse "o meu amor por ti quer dizer Tu-não-morrerás" (G. Marcel)?!
Sabe bem ser louco, insensato aos olhos do mundo. Perder comigo mesmo o sentido das coisas. É uma necessidade fria, e eterna enquanto houver humanidade, esta de procurar um sentido. Mas é quando o perco que logo aí me consigo voltar a encontrar... Há males que vêm por bem.
O dia termina. Amanhã levantar-se-á o Sol da Justiça. Termino com uma prece. Permite-me ó Pai, encontrar o teu peito infinito para poder reclinar nele a minha cabeça e encontrar em Teus braços a força que hoje me falta.

04 maio 2007

Senhor, Tu sabes tudo


"Senhor, Tu sabes tudo, Tu bem sabes que Te amo" (Jo 21, 17b)

Mesmo quando não Te encontro,
Ainda quando não quero encontrar-Te,
Talvez quando nego encontrar-me contigo,
De facto, aí, e mesmo assim, Tu sabes tudo,
Tu sabes que Te amo.

Nas noites escuras, em que confundo o Teu vulto,
Em que julgo caminhar para Ti,
E antes corro a fugir, sem de tal me percatar,
Tu sabes tudo,
Tu saberás que ainda aí Te amo.

Mesmo ao sol do meio dia,
Onde brilhar refulgente a Tua imagem,
E ainda assim Te troque,
abandone a luz do Teu olhar,
Tu sabes tudo,
Peço-te, que ainda aí, saibas que Te amo.

23/04/2007

13 abril 2007

A alegria de um sepulcro vazio...

Qualquer sepulcro vazio poderia despertar espanto, admiração, ou mesmo tristeza por aquilo que significa. Mas um sepulcro onde em aguda tristeza se deposita um corpo, um segundo sacrário, e que, na palidez de um dia que desperta, se acha vazio, que sentimentos poderá despertar? Alegria?! Só por si talvez não, mas pela força da Ressurreição, a alegria converte-se em extase de quem contempla as ténues réstias deste acontecimento que a Humanidade não sonhara... A morte é vencida, o luto transformado, a eternidade aberta, o infinito no finito, a efemeridade da pequena criatura humana na imensa grandiosidade do divino... A festa é tão grande que a celebramos durante 50 dias... à espera do Espírito que se há-de derramar nos nossos corações, fazendo deles moradas e sepulcros de ressurreição.

27 março 2007

Uma pequena homenagem...

Bem sei que atrasada, pois o nascimento que quero comemorar ocorreu no dia 22, mas quero agora publicar o que então escrevi.

Mais do que julgas conhecer,
Amor maior não irás encontrar e,
Revendo em ti a imagem dele,
Tu és, pequeno ao nascer,
Igual na grandeza para amar,
Maior, certamente, para viver...
Benvindo pequeno!!!

Então não haverá barreiras

Uma experiência só por si não vale nada. Vale por aquilo que fazemos depois com ela. Um homem não vale apenas por aquilo que diz, vale por aquilo que faz do que diz, ou por aquilo que diz poder levar outros a fazer algo. Posso experimentar a solidão, mas se não me levar a valorizar o convívio... de nada me serve. Posso desenvolver uma brilhante teoria, mas se ela não me ajuda nem a mim, nem a outrém, são coisas que, embora inusitadas, podem ser dispensáveis... Na verdade, de que me serve experimentar amar alguém, se esse amor não me leva ao amor de Deus?! Ao pensar nisto, recordo uma leitura que fiz, e da qual guardei o seguinte pensamento: "Se Deus é amor, então a caridade não deve ter fronteiras, porque para Deus não há barreiras". Nada de novo, é certo. Mas como é difícil este viver numa dimensão que a pouco e pouco nos conforma de tal modo a Deus, que nos leva a esvaziar do nosso próprio amor, para que em nós não haja senão Amor, amor de Deus, que passa a amar em nós. E este Deus que passa a amar em nós, sem dúvida nenhuma é o mesmo Deus que na cruz, como recorda o Papa, ama de tal forma, que chega a voltar-se contra Si mesmo (Deus caritas est, n.º12). É um amor radical este, daquele que dá a vida pelos amigos, aquele do que o qual ninguém tem maior amor. De facto, quanto mais se reflecte neste amor, mais se sente a distância que separa ainda o nosso coração de ser despojado do nosso amor próprio, para ser preenchido com o amor de Deus, e cada acto de amor, que passamos a realizar, é um acto de amor do próprio Deus. Penso que seria um verdadeiro sacramento este... Que maravilhoso haveria de ser, este amor sem distinção e sem barreiras... estas barreiras que a humanidade, que cada um, que eu crio... Sem o esforço da conquista, é impossível a alegria quando se atinge a meta, e quero acreditar que tudo o que vai acontecendo, é em ordem a uma Alegria que não terá fim, a um Bem maior que tudo, a um Amor que tudo preencherá, que tudo transformará e tudo saciará. Fico extasiado de alegria ao pensar nisto. Espero que possa ter ajudado alguém a alegrar-se também. Afinal, todos nós somos seres animados pensantes!!!

23 março 2007

Teologia Hoje: XXI ENET



Este é um artigo que foi enviado ao jornal "A Guarda", mas que não pode ser publicado na íntegra. Como acho pertinentes algumas das afirmações, que no entanto não puderam ser publicadas, optei por divulgá-lo aqui.




Decorreu durante os dias 16, 17 e 18 de Março, no Porto, o XXI ENET, organizado pela FNAET (Federação Nacional das Associações de Estudantes de Teologia) e pela Associação de Estudantes da Faculdade de Teologia do Porto. Sob o tema “Teologia hoje. O papel das religiões na paz mundial”. Foram conferentes o senhor Cardeal Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para Causas dos Santos, o Prof. Santiago Guerra, ocd, do Centro Internacional Teresiano Sanjuanista (Ávila, Espanha), o Doutor António Couto, smbn, da Faculdade de Teologia da U.C.P. (Porto), e a Prof. Doutora Maria do Céu Pinto, da Universidade do Minho.
O senhor Cardeal, que proferiu a lição de sapiência do encontro, falou-nos sob o tema “O papel das religiões na paz mundial”. D. José Saraiva Martins percorreu num primeiro momento aquilo que ele mesmo apelidou como “um complexo problema histórico”, passando à análise da situação actual, sob o horizonte socio-cultural e económico. Apresentou algumas indicações práticas, nomeadamente uma antropologia que encarasse “a pessoa humana, como coração da paz”, bem assim como o ”terrorismo zero” e o justo discernimento acerca da guerra, que “nunca pode ser caminho da paz”. Terminou apresentando o que ele mesmo apelidou de “decálogo das religiões para a paz”, sublinhando o carácter pacífico de todas as religiões. Para completar o primeiro dia do ENET, actuaram para os presentes alguns dos elementos da Tuna Masculina da UCP (Porto).
O segundo dia, depois da oração de Laudes e Eucaristia, continuou com a primeira conferência, pelo professor Santiago Guerra, sob o tema “A mística cristã no diálogo inter-religioso. Sta. Teresa de Jesus e S. João da Cruz”. A sua conferência centrou-se inicialmente nas religiões orientais, concretamente no hinduísmo, para a apresentar como ponto de referência na mística, cuja concepção se centra numa mística que é “de per si” “libertação da existência”. Da apresentação dos dois caminhos da mística oriental, o caminho do conhecimento e o caminho do amor, estabeleceu a ponte para o diálogo inter-religioso, pela concretização de exemplos de afinidade entre a mística carmelita e a mística oriental. O último ponto centrou-se na “oferta” de diálogo a partir da mística carmelita, passando por S. João da Cruz, Sta. Teresa e Sta. Teresinha. Concluiu a apresentação do tema, falando daquilo que considera ser a relação entre mística e diálogo inter-religioso, ou seja “uma dissonância harmoniosa, em vez de uma harmonia dissonante”. Na conclusão desta conferência, e como intervalo lúdico da manhã, o Grupo de Jovens da Igreja Stella Maris, dos Padres Carmelitas Descalços, executou para nós algumas poesias musicadas da autoria de S. João da Cruz, Sta. Teresa e de Sta. Teresinha. Ainda durante a manhã, conferenciou o Doutor António Couto, sob o tema “Olho por olho, dente por dente?”, apresentando além do que dimana do Texto Sagrado, as suas origens no Código de Hamurabi, a própria concepção do povo hebreu, culminando na “proposta revolucionária” de Jesus, acerca do perdão.
“Diálogo inter-religioso Cristianismo-Islão. As dificuldades no relacionamento na conjuntura actual” foi o tema da apresentação que nos fez a Prof. Doutora Maria do Céu Pinto, da UM. Sumariamente referiu os pontos de convergência entre cristianismo e Islão, nomeadamente o monoteísmo e Jesus, ou “Issa”, como uma grande figura entre os muçulmanos. Depois reportou-nos os diferentes pontos de divergência, desde a Trindade, inaceitável para o Islão, como ponto mais divergente entre cristãos e muçulmanos, até ao estatuto dos crentes de outras religiões no Islão. Ainda houve tempo durante a tarde para a apresentação das Escolas Teológicas presentes: Porto e Vila Real, Guarda, Viseu e Lamego. Estiveram também presentes no encontro as escolas de Braga e Coimbra. O dia terminou com um concerto de oração, com a Claudine Pinheiro, que integra o projecto dos Salesianos “Água Viva”.
O último dia de encontro teve o seu ponto alto na Eucaristia de Encerramento do ENET, na Sé Catedral do Porto, presidida pelo Director da FT (Porto), Cónego Doutor Jorge Teixeira da Cunha, e no almoço de encerramento e plenário realizados na Pousada da Juventude, também no Porto. Na homilia da Eucaristia, o director da FT que acolheu o XXI ENET, mais uma vez felicitou a organização e sublinhou o orgulho da Faculdade em ser a casa que acolheu e preparou este encontro. “Somos uma minoria, mas temos entre mãos uma grande tarefa e vocação, que é a de levar Deus aos Homens de hoje!” sublinhou. De facto os caminhos da teologia vivem momentos de incerteza a nível institucional, onde se debate a organização das escolas de teologia. E pese embora o problema de permanecer dispersos ou juntos, ou o da formação, ou não, a nível universitário, ou o carácter “pastoral” da teologia, cuja proximidade das pessoas a quem serve pode ser um ponto importante, “sem reunião de esforços não podemos ter qualidade”. E a qualidade é tornar a teologia a “alma pastoral”, o fundamento da competência dos ministros da Igreja, a preparação dos servidores do Povo de Deus e da sociedade, com a forma que o Espírito Santo vier a inspirar, “tornando-se o centro de uma espiritualidade feliz”.
Como em todos os ENET’s, o convívio, a formação, o estabelecer laços de amizade entre os alunos de todo o país, foi mais uma vez a marca deste encontro. O último tinha sido organizado na Guarda, e talvez por isso, depois da Escola organizadora, foi a escola que marcou presença em maior número. É pena, que neste encontro, como em todos os anteriores, nunca seja possível contar com a presença de todas as escolas teológicas do país. Pese embora esta fractura na FNAET, penso poder afirmar que este encontro foi reflexo e participação visível da comunidade de estudantes de teologia a nível nacional. Felicitações à Organização. Parabéns a todos nós que acolhemos o apelo e participamos no encontro. Que possamos contar com uma maior união entre escolas, optimizando este “pequeno grupo” de estudantes de teologia a nível nacional, para que possamos ser “sal da terra, e luz do mundo” (Mt 5, 13-16). Foi grata esta visita à “mui nobre e sempre leal cidade”, e agradecemos profundamente o empenho daqueles que organizaram o XXI ENET. Aguardamos certamente as Conclusões do encontro, e esperamos que possam mais escolas de teologia continuar a acolher este desafio que a comunidade de teólogos, através da FNAET continua lançar a todas, para que “activamente continue a manifestar da unidade de escolas, na diversidade que é por si promotora da identidade de cada escola académica”, como sublinhou o presidente da FNAET, Rui Mota Alves.

06 março 2007

Hão-de olhar para Aquele que trespassaram - a morte...

Hão-de olhar... Porquê? Talvez porque perdemos alguns sentidos da existência... Sem Ele perde sentido a vida, ou o seu termo, a morte.... ou o Tempo e a eternidade... penso que ninguém esquece este tema, no entanto parece que disfarçamos, ou que a sociedade disfarça o que nos faz passar para lá deste "cronos".
Nas palavras de J. L. L. Arauguren, fala-se da "morte iludida". Mas esta atitude apenas acontece porque se encara a morte como um um fim, como oposição à vida, que de certa forma a paralisa e lhe corroi as energias... Como não a podemos superar, nem tao pouco referir-nos àquela que será a nossa própria morte, reprimimos naturalmente o pensamento dela. Não podemos compreender nem entender a morte, mesmo à luz da teologia, se não for iluminados pela morte do próprio Filho de Deus. E mesmo da morte deste, apenas o Pai foi testemunha, de facto alguns o terão visto expirar, mas a morte em si, ultrapassou-os, como de resto nos ultrapassa a morte de alguém, mesmo ao nosso lado. Contudo e ao glorificar o Filho, Deus mostra-nos o que foi a morte do Seu Filho, e o que é para nós: a entrada na Sua verdadeira vida filial. Cabe dizer que uma importante chave de leitura aqui é a aceitação que Jesus tem da Sua morte com verdadeira liberdade. O MORRER-COM-CRISTO habita desde já cada cristão, dando a todos nós a possibilidade de desde já viver nesta tensão até que o morrer-com aconteça e nos torne verdadeiramente cristãos. De facto o que começamos no baptismo apenas encontra aqui o seu termo. A morte é assim o ponto de encontro de todos com Cristo. Na morte Ele está onde nós estamos (Kenose) e nós estamos onde Ele está.

14 fevereiro 2007

Apenas Tu saberás...



Nas Tuas mãos, meu Deus eu me abandono.
Modela este barro como a argila em mãos de oleiro.
Tu sabes o que queres fazer de mim.
Então vem, toma-me e age em mim,
que em mim se faça a Tua Palavra.
Que em mim mostres o Teu amor.
Amor sem o qual não posso viver,
para o qual fui criado.
E sim, ò Pai, dá-me o amor da Cruz.
De cada cruz do meu dia.
Não de "cruzes" de heroísmo,
mas de todas as que simples, carrego,
por vezes obstinado,
perguntando o porquê...
A cruz das contrariedades,
a cruz dos esquecimentos,
a cruz dos fracassos,
a cruz dos meus pecados,
a cruz da frieza e dos desprezos alheios,
tantas Senhor, só tu sabes...
E se continuarem a perguntar o porquê,
se aos olhos do Mundo perguntarem qual o motivo,
No silêncio Tu saberás que Te amo.
Na verdade, ainda que mesmo eu o não saiba,
Tu sim, sabes.
E isso me basta.
Então serei feliz.

31 janeiro 2007



"mas a caridade não acaba nunca"

24 janeiro 2007

Partilha


Cada criança que nasce traz-nos o sorriso de Deus e convida-nos a reconhecer que
a vida é uma sua dádiva, um dom a acolher com amor e a conservar com cuidado,
sempre e em cada momento.



Bento XVI, Homilia 8 de Janeiro 2007, Festa do Baptismo do Senhor

10 janeiro 2007

Novuum Annum...

Faça-se silêncio. Cale-se todo o ruído que começa ainda agora a submergir de entre tantos festejos e tantas coisas que são velhas neste ano, que é novo... "Angusta est domus animae meae, quo venias ad eam: delitetur abs te. Ruinosa est: refice eam. Habet quae offendant oculos tuos: fateor et scio. Sed quis mundabit eam?" (Confissões,Livro I, V,6), ainda mais interrogo "Quandiu, quandiu cras te cras? Quare non modo? Quare non hac hora finis tupitudinis meae?(Confissões, livro VIII, XII, 28) aqui se deve procurar a resposta: " A te petatur, in te quaeratur, ad te pulsetur: Sic, sic accipietur, sic invenietur, sic aperietur."(Confissões, Livro XII, XXXVIII, 53). Fica a oração, e a resposta...