Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

10 dezembro 2008

A Palavra de hoje...

Disse Jesus hoje: "Vinde a Mim, vós todos... Se estais cansados, oprimidos, tristes, angustiados, perdidos no meio da vida, como crianças na noite, vinde a Mim... Se vos parece pesado o "peso" da vossa vida, tomai o meu jugo, que é suave... deixai que Eu tome o vosso, porque Eu sou manso e humilde de coração. Aprendei de mim a maneira como quero ir até vós... Porque em Mim está a fonte da mansidão e a humildade de quem sendo grande se faz pequeno... Em Mim encontrareis o descanso que precisais... para as vossas fadigas sem sentido, para as vossas fadigas com sentido, para o vosso coração, para a vossa alma, para vós... Porque Eu, o Senhor, quero habitar no meio de vós... Eis que o meu jugo é suave e a minha carga é leve..."
Mais do que palavras, a Palavra: Jesus Cristo.

09 dezembro 2008

Mais do que palavras, uma Palavra: Jesus Cristo!

Neste tempo de Advento, em que meditamos intensamente sobre a vinda de Jesus, a liturgia proclama: "Ele veio a primeira vez na humildade da natureza humana realizar o eterno desígnio do vosso amor e arbrir-nos o caminho da salvação; de novo há-de vir [...] para nos dar em plenitude os bens prometidos, que entretanto vigilantes na fé ousamos esperar. [...] Agora Ele vem ao nosso encontro em cada homem e em cada tempo, para que o recebamos na fé e na caridade e dêmos testemunho da gloriosa esperança do seu reino. "
Jesus não é apenas aquele que veio "na humildade da natureza humana", nem apenas aquele que "há-de vir", mas é também aquele que agora vem ao nosso encontro. Ao meu encontro veio ontem, por antonomásia, no assumir de um ministério. Jesus é esta Palavra que Deus Pai nos dirige a nós, homens e mulheres, em cada tempo, para nos encontrar e habitar connosco, fazendo-se pequeno para nos tornar grandes. Não que deixemos de ser pequenos, ou que ele se estreite na nossa pequenez. Mas a sua imensidão incompreensível habitou no seio da Virgem(Guerrico d'Igny), e quer fazer caminho connosco. Vem para nos convidar a entrar em comunhão com o Pai, por Ele, no Espírito.
Mais do que palavras, uma Palavra, a do Pai, a única, a última e definitiva, a sua Palavra de Amor: Jesus Cristo, que é Homem connosco, para que nós deixemos que Ele seja Deus connosco.

18 novembro 2008

O pobre da rua, ou eu nos meus dias

Não tinha ninguém,
aquele pobre na rua
que pensava ser sua,
não tinha ninguém.

Acordava com o sol
que lhe iluminava o rosto
e lhe aquecia as mãos,
não tinha ninguém.

Comia se lhe davam,
fruto de uma tal caridade,
que diminuia com a idade,
não tinha ninguém.

Vagueava nessa rua,
pois não tinha mais nada,
mas ela não estava fechada,
não tinha ninguém.

Passavam por ele e não olhavam,
e, desviando a cara, negavam
a solitária cruz no seu calvário.
Não tinha ninguém.

E, dia após dia, foi ficando
fazendo parte daquela rua
a única que era sua.
Não tinha ninguém.

E também o Calvário era seu
como noutrora a solitária cruz
de um certo desconhecido Jesus.
Não tinha ninguém.

Até que, um dia, morreu,
mas a ruanão foi ao seu funeral;
a sua presença era habitual, mas banal.
Não tinha ninguém.

Aquele pobre desapareceu,
e ninguém se apercebeu,
a não ser Aquele Deus nascido em Belém:
afinal sempre teve Alguém.

28/10/2008

17 novembro 2008

30 setembro 2008

O meu Deus

Desabafos, encantos e desencantos... muito disso fui escrevendo aqui ao longo de algum tempo. Hoje, pensando no "porquê" de todas estas partilhas vieram-me à memória coisas boas e coisas más. E, no meio dos pensamentos soltos deste dia, ocorreu-me que hoje era um dia especial. Porquê? Não foi pela grandeza do dia, nem pela beleza do horário, nem por grandes diálogos. Somente, se é que posso dizer somente, pela beleza, pela grandeza de mais uma possibilidade de encontro com o meu Deus. Digo meu porque sei que Ele não se importa, mas também porque seria muito bom que todos o sentíssemos verdadeiramente nosso. Digo meu porque quero que essa seja uma realidade constante na minha vida. Digo meu porque tantas vezes O rejeito e mesmo assim Ele continua a bater à minha porta, esperando que simplesmente lhe abra um pouco a porta da minha vida, abrindo-me à Luz da Sua presença discreta, simples, sem grandes alaridos, mas que, como a brisa outrora, me pode encher de Paz, do Seu Amor... Anseio pelas Águas vivas e tranquilas que brotam da Sua Fonte, as que cada dia podem saciar até à eternidade, onde o meu e teu Deus nos espera... Por isso hoje é um dia especial... Ele sussurrou-me de novo ao ouvido que me ama.

28 setembro 2008

Novos... Mais... Menos...

As férias acabaram... o último ano de estudos começou... Novos colegas, pelo menos alguns... Novos horários... novos locais... mais tempo livre... mais tempo ocupado... a mesma vontade de continuar...

19 setembro 2008

Sl 141 (142)

Em alta voz clamo ao Senhor, *
em alta voz imploro o Senhor.
Ponho diante d’Ele a minha aflição, *
diante d’Ele descubro a minha angústia.

Quando me desfalece o ânimo, *
Vós conheceis o meu caminho.
Na senda que vou trilhando, *
esconderam um laço.

Olhai à direita e vede: *
não há quem se interesse por mim.
Não encontro refúgio, *
não há quem olhe pela minha vida.

Clamei por Vós, Senhor; *
disse: Sois o meu abrigo, †
a minha herança na terra dos vivos.

Atendei o meu clamor: *
estou reduzido à miséria.
Livrai-me dos meus perseguidores: *
eles são mais fortes do que eu.

Tirai-me desta prisão *
e darei graças ao vosso nome.
Os justos hão-de rodear-me, *
pelo bem que me fizestes.

23 agosto 2008

Senhor eu creio...


Também eu creio que Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, presente agora e para além do tempo e do espaço, no meio de nós e que por nós deste a vida, por Amor, e por amor me quero entregar a Ti, entregando-me aos irmãos. Perdoa tantas e tantas vezes que não tenho a coragem de por palavras e por obras testemunhar esse Amor que derramas-Te no sopro de vida que me deste. Aceita mesmo assim a fraqueza das minhas pobres palavras e das minhas grandes quedas. Toma as minhas mãos e faz delas as Tuas próprias mãos. Amen.

16 agosto 2008

À sorte...

Quem a Deus tem, nada lhe falta...

21 julho 2008

In manus Tuas... En Tus manos...

Um amigo partilhou comigo uma homilia sua. Dela retiro esta oração e partilho-a eu também...

¡Oh Padre!, hoy queremos alabarte y glorificarte por tu infinita misericordia, misericordia que te hace paciente y comprensivo con nuestras maldades, fracasos, desánimos, dudas y rebeldías. Danos un corazón misericordioso, para que sepamos ser pacientes y comprensivos con los demás y con nosotros mismos. En tus manos, Padre, colocamos el bien que has sembrado en nosotros y que, con paciencia y a duras penas, va fructificando en nuestras vidas. Toma también en tus manos las gavillas de nuestro egoísmo, de nuestra indiferencia, de nuestra injusticia, de nuestra soberbia y arrogancia, y quémalas con el fuego de tu infinita bondad. Bendito seas Señor! – Amén.

13 julho 2008

E nós a quem iremos?

No meio de tantas coisas, Senhor, a quem iremos?
Quando nos sentimos sós, a quem iremos?
Quando na noite da nossa vida apenas encontramos o ocaso do sol poente, a quem iremos?
Se nos sentirmos cansados, tristes e sós, a quem iremos Senhor?
Se for grande a nossa sede, e profundo o poço donde brota a água?
Se for grande a nossa dúvida e pequena a nossa fé,mesmo assim, a quem iremos?
Se maior que o nosso amor, for o egoísmo que por dentro nos sufoque, a quem iremos?
Senhor, se mesmo procurando Te não quisermos encontrar, a quem?
Mata, Senhor, a nossa fome a nossa sede,
ilumina a nossa mente,
uma fé a arder cá dentro nos concede,
amor que jamais se extinga,
manhã nunca acabada,
tarde que jamais chegue ao ocaso,
noite que se desfaça pela Luz da madrugada,
dia que em nós comece,
onde a Luz jamais fenece...
Diz pois uma palavra,
e a Tua Palavra será meta,
e Vida...
Só Tu tens palavras que nos dão vida!!!

11 julho 2008

No final de mais um dia...

Sou apenas um homem... Sinto como um homem, sofro como um homem, afinal... vivo como um homem... com as minhas alegrias, as minhas tristezas, os meus anseios, as minhas paixões, os meus desencantos, tanta coisa Senhor! Mas no final de mais um dia olho para Ti. Não com este olhar que por vezes brilha como se fosse puro, mas tantas vezes o não é, mas com o coração que me deste. E come este coração, entre sonhos e encantos, entre risos e abraços, entre perdas e reencontros, entre "mortos e feridos", com tanto, e mesmo com tão pouco... No final de mais um dia, vem Senhor ao meu encontro... torna-me cada vez mais homem, à Tua imagem e semelhança...

05 julho 2008

"Espelho"

Todos temos um espelho em nós... Dizem que os olhos são os espelhos da alma. O brilho do olhar indica sempre um estado de felicidade. Há dias em que eles brilham... e mostramos a nossa alma, o nosso mais íntimo estado de felicidade. Há outros em que eles parecem sombrios. Então logo surgem outros que fazem brilhar os nossos. Em cada dia há momentos, sentimentos, razões, pensamentos... E neste turbilhão continuo a dar por mim com uma conclusão típica: somos seres animados pensantes!

02 julho 2008

Sic transit gloria mundi, hic transit gloria nostra!

Novidades no meio académico. Assim noticia a Ecclesia.pt

26 junho 2008

[Deus]



Louvado seja [Deus] pelos que passaram
os tormentos do mundo dolorosos
e contentes, sorrindo, perdoaram
pela alegria dos que trabalharam
pela morte serena dos bondosos.

"E se Deus fosse um de nós?"

http://www.youtube.com/watch?v=CO2u_jMJ1Ls

18 junho 2008

Quase de férias...

Mais um ano que passou. E as férias estão à porta. Venham elas que são merecidas... votos de boas férias a todos!!!

06 junho 2008

Viva a Vida!!!

eud&gComo partilha neste dia, gostava de pedir a todos os que por aqui ides passando que comigo agradecesseis ao Senhor o dom da minha vida. Há 22 anos em Coimbra nascia um bébé prematuro de 7 meses, com um peso que o obrigou a permanecer um mês na encubadora... Na altura colocou em risco a mãe, e ele próprio parecia correr riscos...Hoje é este que vós conheceis... O peso modificou-se, as dificuldades foram ultrapassadas. Rezai também pelas minhas imperfeições, que são muitas, e com a vossa amizade e oração conto vencê-las. Obrigado meu Deus pela vida, pela minha família, pelos meus amigos, por tanta gente que me rodeia cada dia...  

31 maio 2008

"Contemplari et contemplata aliis tradere"

As palavras que hoje te digo, grava-as no teu coração, na tua alma, ata-as à mão como um sinal e sejam como um frontal diante dos teus olhos, assim começa a leitura que hoje escutamos do livro do Deuteronómio. E mais, Deus diz-nos que seguir os seus mandamentos é fonte de bênçãos. Não podia ser de outro modo. Quem segue a Palavra do Senhor não se engana, nunca se verá desamparado. Mas pode enganar-se. Podemos enganar-nos. Umas vezes porque não temos claro que Jesus Cristo é para nós a Rocha onde podemos construir sem medo, porque nenhuma tempestade nos pode abalar. Outras vezes, porque mesmo sabendo, nos deixamos levar por caminhos mais fáceis, por atalhos.

Mas tende coragem e animai-vos vós todos os que esperais no Senhor, faz-nos cantar o salmo, porque não serão confundidos os que Nele esperam. Os nossos conhecidos, vizinhos, amigos, parentes, irmãos, até o pai e a mãe, nos poderão desiludir, mas não o Senhor. Ele é para sempre o nosso refúgio. E pela Sua justiça nos há-de salvar. Não é esta justiça a nossa. Se fosse seria o céu na terra. A Sua justiça é aquela que vê mesmo aquilo que nenhum de nós é capaz de ver. Mas podemos pedir a Sua justiça.   Paulo na 2ª leitura diz aos Romanos que a justiça de Deus vem pela fé em Jesus, ora esta fé não é senão o conhecer uma pessoa que tem um rosto e viver da vida dessa pessoa: esta pessoa é Jesus Cristo, é o rosto de Deus, que Se mostra assim à humanidade. Um Deus que de graça nos salva, um Deus que nos dá o Seu Filho e pelo Seu sacrifício na Cruz obtém para cada um de nós, manifestando assim a Sua justiça. Diferente da nossa. Foi O Justo que pagou por cada um de nós, pecadores. Não podemos compreender totalmente esta dádiva. Sabemos que vivemos dela, mas não a conhecemos senão pela experiência que somos chamados a fazer. Vivendo cada dia mais e melhor como imagens de Deus, com os seus ensinamentos como Luz, aí então sim, estaremos a abrir caminho para chegarmos a compreender este Deus, que Se fez um de nós, que entregou o Seu Filho, e que nos convida a sermos, cada um de nós, essa oferta para os outros.

Poderão porventura muitos achar louca esta lógica dos cristãos. Esta não é a forma de vida da nossa sociedade. Mas há-de ser cada um de nós a marcar a diferença. A fazer a vontade do Pai que está nos céus. E que vontade é essa? É que permaneçamos unidos a Cristo, como a os ramos à videira, para que demos fruto abundante. Assim, ouvindo as Suas palavras e pondo-as em prática, somos os construtores de algo novo: poderão soprar os ventos, as tempestades, tremer a terra, mas a nossa construção permanecerá. Está fundada em Jesus Cristo, na Sua Palavra, a Palavra de Deus. Não construir sobre a Rocha, a Pedra Angular que é Jesus Cristo, é como construir na areia, sem fundamentos. E a casa cairá ao mínimo sopro de vento. Não bastam as palavras. Nem mesmo falar em Seu nome. É preciso dispormo-nos a viver segundo a Sua vontade, e não de acordo com as nossas conveniências.

Cristo hoje de novo nos diz: coloco diante de ti o bem e o mal. Escolhe o bem e viverás. Porque nem todo o que Lhe diz Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus. Apenas aqueles que souberem praticar desde já a justiça de Deus, e não a iniquidade. Eu quero a misericórdia mais que todos os sacrifícios – diz o Senhor. Aprendamos do Senhor que é manso e humilde de coração. O Seu jugo é suave. A Sua carga é leve. Que o Senhor abra os nossos corações à Sua Palavra, para que a vivamos em actos e na verdade.

12 maio 2008

So you ask me why I love my Lord Jesus?

Quando passei pelo Porto, entre navegações na Web, encontrei este texto que imprimi por achar que me dizia muito... Reencontrei-o ontem no meio de um livro. E decidi partilhá-lo... é que a pergunta final continua a ecoar bem dentro de mim... e a ser um verdadeiro mistério.

You ask me why I follow this Jesus?
Why I love Him the way I do?
When the world's turned away from His theachings
and the people who serve Him are few.

It's not the rewards I'm after
or gifts that I hope to receive.
It's the Presence that calls for commitment
It's the Spirit I trust and believe.

The Lord doesn't shelter His faithful
Or spare them all suffering and pain;
like everyone else I have burdens,
and walk trought my share of rain.

Yet He gives me a plan and a purpose,
and that joy only Christians have known,
I never know what comes tomorrow,
But I do know I'm never alone.

It's the love always there when you need it;
It's the words that redeem and inspire,
It's the longing to ever be with Him
that burns in my heart like a fire.

So you ask why I love my Lord Jesus?
Well, friend, that's so easy to see,
but the one thing that fills me with wonder is
why Jesus loves someone like me.

Autor desconhecido.

29 abril 2008

"Deus é Luz e n'Ele não há trevas"

Como Marta andamos tantas vezes preocupados em fazer muitas coisas. Em mostrar muito serviço. Quando uma só coisa é necessária. Jesus diz que Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada. E o que é necessário? Escutar a Sua palavra. E a Sua palavra é para nós farol, é para nós Luz, é para nós guia, é para nós o mesmo que o pão é para o corpo, é para nós também verdadeiro Pão da Vida. Cristo é a Palavra do Pai, e quem O segue não caminha nas trevas...
Na nossa vida parece-nos muitas vezes óbvio o caminho, mas não o palmilhamos. Todos acabamos por ter tanto de frei Tomás, dizendo como ele diz, e fazendo também como ele faz... Ou seja, não fazendo. Nesta tarde gostava de pedir ao Senhor que me ajude, e a todos nós ajude, a sermos capazes de nunca deixarmos de O seguir, e de sermos sempre capazes de fazer o que deve ser feito, de fazer sempre o mesmo que Ele teria feito, de deixarmos que em nós seja Ele a fazer...
Em mim, Jesus, age com a Tua força,
a força da Tua Ressurreição,
e na pequenez destas mãos e deste coração,
aceita a entrega que mesmo assim ouso fazer-Te:
aceita as minhas mãos,
age em mim;
aceita o meu coração,
ama em mim;
aceita o meu olhar,
vê em mim;
aceita os meus passos,
caminha por (através de) mim;
aceita por mim continuares a dar-Te aos irmãos.
Que eu nada faça, Senhor, sem que Tu o faças em mim.
Ámen.

28 abril 2008

«E vós também dareis testemunho de Mim»

Continuamos tantas vezes na nossa vida a deixar passar ocasiões de dar graças a Deus por tadas as maravilhas que nos concede... por tudo aquilo que nos aquece o coração, que não é senão a Sua bondade espalhada no meio do nosso mundo... de Lhe pedir forças para sermos capazes de suportar as nossas falhas e as dos outros, que depois nos provocam feridas, e, finalmente, são o verdadeiro mal no mundo em que vivemos... de, pelo menos, Lhe oferecer um coração pobre, humilde, fraco, mas generoso que quer comprometer-se na transformação do Reino... Sobretudo neste tempo em que nós, os cristãos, ainda celebramos o Dia grandioso da Ressurreição de Jesus. E quando, de resto, deveríamos ser capazes de o celebrar em toda a nossa vida, de tão importante que este é...
Cada vez que rezo este hino sinto-me aproximar do verdadeiro sentido da Páscoa. Ela foi de Um e é para todos… Partilho nesta tarde pascal, convosco, um pedacinho da oração de toda a Igreja, e que pode ajudar-vos, como a mim, a continuar, como Jesus quis, e nos diz de novo hoje, para darmos testemunho d’Ele, pelo Espírito que habita em nós.


Percorrei os caminhos do mundo
Ao encontro de Cristo Pascal
E cantai aleluias de festa
E comei do banquete imortal.

Vinde, pobres, entrai rejeitados,
Aceitai o convite do Pai.
Vinde todos, humildes da terra,
Exultai com Jesus, exultai.

Este o dia em que exulta a Igreja,
Como Esposa de Cristo Jesus;
Este o dia das núpcias de Cristo:
Ele desce do trono da Cruz.

Vinde, vós os exaustos da guerra.
Vinde, vós os obreiros da paz.
Rasga a noite uma luz fulgurante,
Surge Cristo que a força vos traz.

Glória ao Pai e a seu Filho, Jesus.
Glória ao Espírito, excelso Fulgor.
Salvação para todos os homens:
Que eles vejam a luz do Senhor!

22 abril 2008

Miss Solidão?!

Há uns tempos lembro-me de ouvir uma música com o nome "miss solidão".
Concordo com o início da letra.
Eu e ela somos um.
Procuro-a porque talvez ela tenha as respostas do momento presente.
Interrogo-a porque ao menos com ela posso falar.
Com ela posso pensar, e ouvir a minha própria voz,
dando espaço para que nas respostas que ela não me dá eu possa encontrar-me.
Mas até as palavras escasseiam... estou sem voz.
Faz-me pensar no entanto como é possível de repente vermo-nos sozinhos mesmo rodeados por tanta gente?! Enfim... a vida tem destas coisas.
Claro, existe Alguém que nunca nos abandona. Agradeço-Te por isso.

16 abril 2008

Um episódio que foi (quase) assim...


Deve ter sido por voltas de meio dia.
Sim, mais ou menos por essa hora.
Não é que andava a passear a livraria
e de repente lá passa uma senhora,
que assim sem mais nem porquê,
manda destas logo ao ar:
- vêm para aqui a passear, em vez de virem ler.
E de novo continuou, por trás dos seus óculos D&G,
a procurar, talvez, livros para estudar.

Ler, lhe respondi, mas ler o quê?
Tudo escreve mas não sabe porquê.
Se soubessem mas era passear, rir e viver,
depois haviam de escrever, mas sem errar,
que quem não viveu a passear,
fora melhor que ao nascer quisesse morrer.

15 abril 2008

Uma oração

Torna-me Senhor atento a cada instante que passa.
Faz-me compreender o ocaso de cada dia,
o brilho das estrelas em cada noite,
e de novo o amanhecer,
até ao dia da Ressurreição.

05 março 2008

"Suportai os fardos uns dos outros"

Vale a pena colocar na nossa oração as intenções que a CECEF divulgou recentemente. Deixo o link para consulta do texto completo.

Prions pour les chrétiens issus des traditions ecclésiales remontant aux premiers siècles, comme pour les nouveaux chrétiens.
Prions pour leur unité, comme pour la nôtre.
Prions pour que dans ces lieux de tensions et de souffrance, les chrétiens et les Eglises discernent leur rôle et reçoivent la force de l’assumer.
Prions et agissons pour que la pauvreté et la désagrégation sociopolitique n’ajoutent pas de la violence à la violence.
Prions et agissons pour que la liberté de conscience et de culte soit vraiment respectée dans tous les pays.
Puisse la paix du Christ être ainsi au service de la paix dans la diversité de notre monde.
Puisse la communion de l’Eglise universelle servir un peu plus la fraternité humaine.

http://www.cef.fr/catho/espacepresse/communiques/2008/20080302passion.pdf

04 março 2008

Génesis!

«Deus disse: "Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que dêem fruto sobre a terra, segundo a sua espécie e contendo semente."»
Gen 1, 11.

27 fevereiro 2008

Um brinde espirituoso ao mistério que é a vida!

No meio do Universo há estes seres animados pensantes que somos nós. Não sei se somos seres porque pensamos ou se pensamos porque somos seres. Vivemos cada dia na esperança de que não sejam apenas uma sucessão de dias, mas que contenham em si, como em germen, o sentido do definitivo e pleno Dia. Parece que em cada dia vivemos um simpósio com os nossos semelhantes. E bebemos o vinho doce da alegria e do amor, mas também o amargo que a nossa convivência por vezes nos trás. É quase que numa esponja de vinagre... No meio do mistério que é a vida, gostava de propor um brinde feito com a bebida do esforço de cada dia. E porque somos também "alma", que ele seja um brinde espirituoso, o de seres animados pensantes, que o fazem com o vinho do esforço de cada dia.

22 fevereiro 2008

Paixão por Cristo, paixão pela humanidade, vividas em comunidade

Vale a pena dar uma "vista de olhos" pelo texto integral desta mensagem da UCESM, recentemente reunida na Bélgica. Transcrevo apenas uma das muitas ideias que nos devem fazer pensar. Deixo o link.
Nós cremos que a comunidade, dom do Espírito, afirma o primado de Deus e o seu Reino, porque é o lugar do encontro com Cristo que nos escolheu e reuniu, e nos dá a graça de responder ao seu amor, vivendo uma fraternidade autêntica, alegre e legível.
Nós cremos que a comunidade é uma verdadeira escola que conduz a um processo de conversão do eu ao nós, suscitando a paixão pelo encontro e o gosto de ser feliz juntos.
Nós cremos que a comunidade é escola de relação, na qual se tecem pacientemente os laços com o outro, pondo em comum os recursos, as dificuldades e as fragilidades de cada um. A força da relação constrói comunhão e a unidade cria-se integrando as diferenças. Nós cremos que a comunidade é escola de reconciliação e perdão. [...] Nós cremos que a comunidade é escola de hospitalidade, para dar espaço a Deus e aos outros, e escutar o grito dos excluídos [...] Nós cremos que uma comunidade evangelizada é chamada a evangelizar.

20 fevereiro 2008

Dar a vida...


Somos seres animados pensantes! Escrevo-o muitas vezes por aqui. Quando uma pessoa se põe a pensar nas várias coisas da vida, nas realidades que nos envolvem, em tanta coisa... enfim, no que vai cá dentro, surgem perguntas deveras complicadas. Um dia destes voltei a pensar no ocaso da vida de uma pessoa que deu tudo pelos outros. Curiosamente essa pessoa, que viveu de uma entrega constante aos outros, sem reservas para si - afinal os outros precisavam - acabou por morrer sozinho, com os seus últimos dias semelhantes aos de um vagabundo que não tem eira nem beira. Não que não tivesse tecto. Nem que lhe faltasse comida. Mas morreu faltando-lhe talvez o essencial: o amor. O mais curioso é pensar que isto continua a acontecer muitas vezes e com muita gente. Mas concretizando, faz-me pensar muito aquilo que acontece aos padres no final das suas vidas. Um dia deixaram tudo para O seguir. E dentro das suas limitações viveram a sua vida como um verdadeiro serviço aos outros. A todos. Sem reservas. Chegada no entanto a velhice, em que o seu serviço aos outros pouco mais poderá ser do que a oração, algo a que não se tende a dar tanto valor, parece que já só empatam! São velhos. Chatos. E tantas outras coisas que não escrevo. Mas e que foi feito da alegria que deram quando se dispuseram a servir todos? Porque não acolhem agora os seus irmãos aquele que viveu para eles? Viveram uma vida para todos, sem nenhuma exclusividade para quem fosse. E agora quem os ampara? O bom Deus certamente. Mas humanamente é um exemplo de como somos também consumistas. Falamos das famílias que não acolhem os seus idosos, e muito menos se preocupam com eles. E esta grande família dos irmãos de Jesus? O que faz aos que se lhe entregaram? Vale a pena pensar...

10 fevereiro 2008

Um retiro...

Começar a quaresma é sempre oportunidade de rever metas e caminhos, refrescar objectivos... numa palavra: conversão!!! Os primeiros dias foram oportunidade para um retiro do quotidiano, para entrar dentro de um eu humano que tantas vezes anda esquecido. De facto quantas vezes se esquece que no comboio da vida não estamos sós... nem somos chamados a viver como solitários. Ocorre-me uma frase que resumiria estes dias: acreditar no amor e viver a salvação como amor!

29 janeiro 2008

Uma página de um diário...

Partilho-a convosco.
Se tivesse que percorrer na minha memória o pensamento mais luminoso que me envolve, ele seria hoje o mais tenebroso. Isto falando humanamente. Deixo de lado Aquele que hoje não quer nada comigo. E também lembrando outro alguém que não quer ser lembrado. Hoje alguém se cruzou comigo, e embora tenha ido embora, ficou, como sempre, dentro do meu coração. Pela atitude demonstrada percebi rejeição. Percebi, porque Deus me fez perceber assim. Às vezes pergunto-me porque terá Ele permitido tal situação. Sempre a velha e acertada, por vezes, resposta da liberdade. Mas e onde a liberdade não age?! Onde nos vemos condicionados por uma mera convivência com algo que somos nós, mas que não queremos... ai, onde está Ele? Onde está a tão proclamada liberdade?! Será que também existe? Na forma como aceitamos e vivemos as coisas, respondeu-me um dia uma amiga. Até concordo. Mas aí não é plena essa liberdade... Hoje pergunto uma vez mais a um Deus, que sei que me escuta, onde está a minha felicidade? Perante o sofrimento todas as ideias que temos se transformam. Porque nada nos afecta mais interiormente do que o sofrimento... Mesmo psicológico... diria sobretudo esse. Hoje, no final de mais um dia, sinto-me ferido de morte... capaz de encher imensos caixões com os restos mortais de algo que antes preferia que não voltasse à vida... As palavras são como espadas. Mal usadas podem ferir gravemente. Sem serem utilizadas possuem a capacidade de serem mesmo letais... Que estranha esta condição humana que nos faz sentir tão impotentes. Se pudesse criar de novo o Homem, havia de o criar sem angustias existênciais, nem problemas para resolver. Talvez lhe retirasse também a capacidade de amar quem não deve. Porque não criar um Homem que em si mesmo fosse plenitude e nada exterior lhe provocasse desejo?! Na noite, nesta lua e naquelas estrelas vejo o brilho de olhos que choraram. Na chuva que cai, as lágrimas inutilmente derramadas. Na sombra o rosto dela, o rosto daquela que me faz sentir tão pequeno, que o mais pequeno me parece maior... Enquanto girar a terra, há-de continuar a bater o meu coração por ela. Eu serei a terra, de quem ela é o sol...
Anónimo

24 janeiro 2008

Uma questão oportuna...

Onde encontrar Deus?! Onde o procurar?! Porquê?! Gostava de ter "eco" sobre estas perguntas...

09 janeiro 2008

Um rosto de Jesus Cristo hoje

O Rosto d’Ele na actualidade vai mais além do pequeno rosto de criança com que O imaginamos no presépio. Um pequeno bebé de origem judia, semita, não o de uma criança branca, como habitualmente o representamos. Mas naturalmente o Seu rosto é sempre sereno e a sua figura de uma beleza inconfundível. Isto deve-se ao facto de que já na filosofia platónica um dos transcendentais era a Beleza, que se identifica com o divino, e obviamente, para nós com Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Representar o Filho, Jesus Cristo, com uma beleza cativante é sempre um acto de reconhecimento da Sua divindade.
“Na plenitude dos tempos, aprouve a Deus […] enviar o Seu Filho para nos tornar participantes da natureza divina”, por isso fez-Se homem, como os homens, assumiu na Sua divindade a nossa humanidade. Baixou à nossa condição finita, para nos abrir “a porta” para a Sua transcendência. Da Sua vida mortal recordamos sempre que passou fazendo o bem, socorrendo todos os que necessitavam, curando todas as enfermidades, do corpo e do espírito. Antes de sofrer a morte por nós, para nos restituir à vida divina, pois é, com efeito, na Sua Morte e Ressurreição que nos introduz na vida divina, fez-Se alimento por nós. Quis permanecer na espécie do Pão e do Vinho, na Eucaristia, que deixou aos Seus com o mandato de a celebrarem em Sua memória. Não deixou grandes exigências, pediu apenas que como Ele fez, fizéssemos também. O testemunho com que hão-de reconhecer que O seguimos é o amor que temos uns para com os outros, amando-nos como Ele nos amou. “E sabemos que O amamos se nos amamos uns aos outros”.
O dar a vida por todos e cada um de nós constitui o centro de toda a jornada de Jesus Cristo no meio de nós. Centro pela importância inigualável de um Deus, o Único Deus, que não bastando ainda a humilhação de Se fazer da mesma condição, aceita dar a Sua vida para nos libertar das nossas imperfeições, para mostrar a certeza de que a vida eterna começa já. Se o rosto de um Cristo que sofreu por nós, derramando o Seu sangue até à ultima gota nos impressiona, mais nos faz pensar a realidade gloriosa da Sua Ressurreição. Ressurreição que é para nós garantia da nossa mesma ressurreição, certeza da vida eterna, do amor de Deus para connosco, mas à qual acedemos apenas pela fé. Cristo Ressuscitado passou pela Cruz, pela Morte, mas venceu. A Sua vitória é mais, é a vitória do Seu amor sobre o mal no mundo, sobre o nosso pecado, sobre a nossa infelicidade. A claridade e o brilho do Seu rosto glorioso são o de Alguém que triunfa de tudo aquilo que nós sozinhos não conseguiríamos nunca vencer. O Seu esplendor passa a mostrar aquilo que nós esperávamos sem certeza, mas que n’Ele temos por certo: o viver eternamente no Amor que é Deus. Um Amor tão grande que O leva a “transbordar” ao ponto de Se entregar por cada um, pela Sua Criação. Mas o Seu rosto é já glorioso, está já liberto daquilo que é finito, é o rosto de um homem que vive já a plenitude da vida divina. É inevitável o contraste entre a Luz e as sombras. O Seu rosto é Luz e n’Ele não há trevas. Mas também o mundo e a nossa realidade desde então gozam deste início da vida eterna, deste início da Páscoa de todos e de toda a Criação.
Assim, Ele mostra-Se hoje de novo no calvário daqueles que sofrem injustiças, daqueles que não são felizes, de todos quantos cometemos faltas, de tudo o que se deixa submeter ao mal e ao pecado. Como O ignorar no preso, no doente, numa criança desprotegida, num vagabundo, num abandonado, naquele que é perseguido, em quantos são mortos sem razão, no que vive a guerra sem culpa, em tantos homens e tantas mulheres que desesperam nas suas vidas?! Ele está aí. Hoje esse é o Seu Rosto de Cristo sofredor.
Mas de tudo isto Ele triunfou, sabemos que tudo isto teve tem e terá solução em Deus. a Ressurreição de Jesus Cristo é a vitória sobre tudo isto, a prova determinante do poder de Deus sobre tudo e todos. Por isso o Seu rosto é um rosto já glorioso, que vemos mais facilmente nas situações agradáveis. Ele está ressuscitado em quantos vivem e amam a vida, em quantos são felizes, em quantos lutam pela justiça, pela verdade, dão a vida pelos seus semelhantes, em quantos salvam os que sofrem, no sorriso das crianças, mas também nas lágrimas de felicidade dos adultos... a Sua ressurreição abriu caminho a tudo isto, e começou o fim de tudo o que pesa sobre nós e sobre toda a criação.
O Seu rosto é também hoje a Igreja. A Igreja continua visivelmente aquelas acções de libertação, salvação, cura, reintegração que Jesus Cristo, Ele mesmo, fez na Sua jornada terrena. Sacramentalmente está presente na Eucaristia, que a Igreja, a comunidade dos crentes, celebra, ao mesmo tempo que ela nasce continuamente da Eucaristia, pois ninguém dá o que não tem... Se tantas vezes, porque homens e mulheres de condição finita, não fazemos o que Ele fez, é aí de novo que Ele se mostra crucificado, foi por isso que Ele deu a vida...
Veio a primeira vez na humildade da natureza humana, e de novo vem em cada Homem e em cada tempo, para que de novo O acolhamos nas nossas vidas, tão realmente como na Eucaristia. Onde dois ou três continuam a rezar, Ele vem. Quando se repõe a paz, o amor e a justiça, Ele está. No mais pequeno gesto de doação, Ele dá de novo a vida.Na simplicidade de um olhar puro, mostra-Se de novo ressuscitado como depois da Páscoa aos discípulos. No amor verdadeiro com que deixamos inundar os nossos corações, Ele continua presente para sempre, e faz de nós morada de Deus. O mesmo Deus que continua a amar tanto a Sua criatura, que nunca a abandona, e continuamente a chama para que O conheça e se saiba amada por Ele.
Eis o rosto de Jesus Cristo hoje: um rosto do Deus Amor, que não pode senão amar.