Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

05 janeiro 2006

Tenho sede. Nesta dia há muitas fontes. Na verdade, de quantas fonte bebemos nós?! De muitas... E quantas vezes ficamos ébrios? Não se torna nada fácil às vezes discernir qual a fonte que mana e corre através da noite escura...
Quantas vezes pensamos estar a beber da fonte, ou melhor, da Água Viva e, não estamos senão a beber um rasco refrigerante?! Mas no fundo queremos beber da Àgua Viva...
"Dá-me, Senhor, dessa água". Mas parece que é necessário conhecer o dom... e também Aquele que muitas vezes vem até nós e nos pede "Tenho sede. Dá-me de beber"... Às vezes é mesmo complicado de perceber... como é que eu próprio que tenho sede, vou dar de beber?! A realidade ultrapassa em muito estas palavras, mas querem significar isto mesmo: Tenho sede.

Dá-me dessa água viva
Tu, ò Fonte...
Tenho sede
Sei de quê...
Mas quantas vezes não encontro,
Não sei, nem vejo:
é noite...
Mas nessa noite
Vem, ò Luz
Ilumina a minha vida
Sacia a minha sede
Mata a minha fome
Sê para mim O mais íntimo,
que no íntimo me preenche.
Busco-Te,
Faz-me encontrar-Te
- Sim, mesmo na noite -
E que eu possa dizer
Bem seu sei a fonte que mana e corre
(Embora seja noite).
Rasga em mim uma nascente
Torna-me num regato,
faz-me para os outros
Caminho para Ti...
Mesmo se como caminheiro
sem bússula, sigo...
Sê para mim a Estrela-guia
o Horizonte
a felicidade
e sim, finalmente, Meta.
Sou Teu,
Mendigo, à porta das noites escuras
mas que quer chegar à manhã
Manhã sem tarde que se lhe siga
mas princípio sem fim,
partida sem chegada
de um tempo,
em que Tu, Amor-outro,
saciarás a sede que aí terá fim,
e então, vem Àgua Viva,
inunda-me: sou Teu.

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