Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

01 setembro 2006

Irmão Roger de Taizé: Algumas palavras da carta inacadaba...

«Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz»: que paz é esta, que Deus dá?É antes de mais uma paz interior, uma paz do coração. É ela que permite lançar um olhar de esperança sobre o mundo, mesmo se ele é tantas vezes dilacerado por violências e conflitos.Esta paz de Deus é também um apoio para que possamos contribuir, muito humildemente, para a construção da paz onde ela se encontra ameaçada.A paz mundial é tão urgente para aliviar o sofrimento, em particular para que as crianças de hoje e de amanhã não conheçam a angústia e a insegurança.No seu Evangelho, numa fulgurante intuição, São João exprime quem é Deus em três palavras: «Deus é amor.» Basta compreendermos estas três palavras para podermos ir longe, muito longe.O que nos cativa nestas palavras? É encontrar nelas esta certeza luminosa: Deus não enviou Cristo à terra para condenar quem quer que seja, mas para que todo o ser humano se saiba amado e possa encontrar um caminho de comunhão com Deus.Mas por que razão há pessoas que o amor deslumbra, que se sabem amadas, realizadas? Por que razão há outras que julgam ser desprezadas?Se cada um de nós compreendesse: Deus acompanha-nos mesmo na nossa solidão mais insondável. Ele diz a cada um de nós: «És precioso aos meus olhos, eu estimo-te e amo-te.» Sim, Deus só pode dar o seu amor, aí se encontra todo o Evangelho.O que Deus nos pede e nos oferece é que recebamos a sua infinita misericórdia.Que Deus nos ama é uma realidade por vezes pouco acessível. Mas quando descobrimos que o seu amor é antes de tudo perdão, o nosso coração encontra sossego e acaba por transformar-se.Eis que nos tornamos capazes de confiar a Deus o que perturba o nosso coração: encontramos então uma fonte onde buscar nova vitalidade.Estaremos bem conscientes? Deus confia tanto em nós que dirige a cada um de nós um chamamento. O que é esse chamamento? É o convite a amar como ele nos ama. E não há amor mais profundo do que ir até ao dom de si próprio, por Deus e pelos outros.Quem vive de Deus escolhe amar. E um coração decidido a amar pode irradiar uma bondade sem limites.Para quem procura amar com confiança, a vida enche-se de uma beleza serena.Quem procura amar e dizê-lo através da sua vida é levado a interrogar-se sobre uma das questões mais prementes: como aliviar as penas e o tormento daqueles que estão próximo ou longe?Mas o que é amar? Será partilhar o sofrimento dos mais maltratados? Sim.Será ter uma bondade infinita de coração e esquecer-se de si próprio por causa dos outros, de forma desinteressada? Sim, certamente.E ainda: o que é amar? Amar é perdoar, viver reconciliados. E a reconciliação é sempre uma Primavera da alma."

(excerto da carta por Acabar)

1 comentário:

nahar disse...

Tou a ver outro apaixonado por Taizé e pelo irkmão Roger???

abraço forte