
Passam os dias. Acho que devagar. Ou talvez depressa demais. Nem sei bem como classificar o tempo que passa. Hoje, como ontem, "Ele próprio vem salvar-nos". E nós podemos estar distraídos, ou mesmo impedidos de O ver. "Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e os mudos falem". E nós somos tantas vezes surdos à Palavra... e tantas vezes ainda mais mudos para com a mesma Palavra. Esquece-mo-nos dos outros, de nós próprios... e começamos a viver num castelo onde nem nós conseguimos entrar. Do alto dos nossos montes, onde não deixamos ninguém subir, vemos tudo, ouvimos tudo, mas não fazemos nada. Acho que amamos às vezes uma solidão solitária, onde estamos sós, mas sem estarmos. Parece uma afirmação de loucos. Mas é verdade que reconheço em mim isto mesmo. Pareço atravessar um rio e apesar do seu caudal não fico molhado. "Ele próprio VEM". Apetece-me dizer, vem... mas depressa porque estou a desanimar. Mas sei que "quando Ele vier" «o coxo saltará como o veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície; a terra seca transformar-se-á em lago e a terra árida em nascentes de água.»
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