Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

15 outubro 2006

É mais fácil um camelo...

Os dias continuam a passar... várias vozes vão ecoando no fundo do meu ser... no mais fundo de mim as mesmas palavras... as mesmas intenções... o mesmo caminho... à minha volta a vida mudou... já não os mesmos amigos, já não o mesmo percurso... tudo um pouco diferente... tudo, no fundo, semelhante... a vida segue um entrelaçado, tal qual a rede de um pescador... Apetece gritar ao longe, e ouvir ao perto... volto a explicar: apetece dizer bem alto "no fim vou ser feliz", e ouvir bem junto a mim "não estás só". Efectivamente nem me sinto infeliz, nem estou só. Mas parece que é sempre esse o nosso anseio... é um caso de doença incurável este: querer ser feliz e nunca estar só.
Ao coração vêm palavras das quais os ouvidos apenas percebem o que lhes é próprio, as sensações. Mas há uma sensação mais profunda, aquela que encontra o seu órgão sensor no mais fundo de cada um, algo que é tão vital que chamamos de "coração", tal qual o nosso orgão mais importante. Mas este coração é, parece-me, diferente do músculo... no entanto ninguém deixará de lhe encontrar semelhanças, as que aliás conduziram à denominação anterior: se para de bater "morremos", a vida escapa-se-nos sem ele... "bate" mais depressa e mais devagar, ao ritmo do nosso "cansaço" emocional... por vezes parece que andamos a tentar praticar "desporto" com este coração e às vezes quem sabe se não vamos parar à "cardiologia"... deixo de tentar estabelecer agora comparações.
Como dizia há muitas coisas diferentes... a vida que também ela é mãe e mestra ("mater et magistra") vai-se encarregando de nos ensinar o que tantas vezes não queremos aprender. Seja em relação a amigos, ou a situações, envolva pessoas perfeitamente anónimas, ou talvez bem conhecidas, não digo distantes, mas talvez não tão próximas algumas. "deitar faladura"... dirá quem lê. É o que este rapaz está a fazer... Pois é precisamente o pensar que nos faz "deitar faladura"...
E porque o dia de hoje é própício para falar de camelos, é mais fácil um camelo reconhecer-se culpado de algo, do que qualquer um de nós admitir culpa seja no que for... Pode ser que seja uma mera ilusão o pensar, o sentir e talvez até o amar... mas prefiro pensar, sentir e amar do que deixar de viver, sem estar a viver... Afinal o que é "ser animado" e pensar???

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