Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

08 novembro 2007

Eu, Job, ou Job e a nossa própria existência

Que fazes, meu Deus? Acaso dormes?! Porventura não vês que se apaga a minha vida?! Acaso rejeitas aquele que se volta contra Ti? Porque me rejeitas? Porque permaneces calado? Comparece diante de mim, mostra-me as Tuas razões!
Invoco-Te e não me respondes. Procuro-Te e não apareces. Estás antes diante dos ímpios. Os caprichos deles têm o seu cumprimento. Os anseios de alguém justo não passam disso mesmo. Dás-me e tiras. Mas não é por isso que Te peço contas. Preocupa-me antes o Teu silêncio. Todos me dizem que vale mais abandonar-Te. Tudo me aconselha a que deixe de crer em Ti. Interrogam-me sobre as minhas acções. Querem ver nelas a causa da minha inquietação. Até o mais íntimo se levanta contra Ti...
Mas continuo inocente. E se de todo não o sou, eis que venho a Ti com as mãos estendidas. Eis que me coloco diante de Ti como um pano nas mãos de uma lavadeira, para que afastes de mim toda a iniquidade. Lava-me e ficarei branco.
Não poderei acaso compreender-Te? Apresenta-Te diante de mim. Dá-me as Tuas razões. Deliberemos juntos. Finalmente Te mostras. Eis que Te escuto:
“Quem te criou, ò criatura pequena?!
De onde vem tudo o que tens?
Acaso não fui Eu que infundi o Meu sopro em ti?
Porque haverias de dominar uma obra que não é tua?!
Voltas agora as tuas palavras contra Mim,
Acaso não é no Meu colo que te refugias, ò homem?
Não sou Eu que preparo tudo o que precisas?
Responde-Me agora tu, que te atreves a questionar-Me, a Mim, o Senhor do Universo!
Dá tu mesmo solução aos teus problemas,
se acaso fores capaz!
Entende tu mesmo o mundo,
se acaso estás nele sem Mim.
Rejeita agora o Meu amor como costumas fazer.
Fiz aliança contigo mas tu ousas quebrá-la.
Não és fiel, mas esqueces que Eu Sou.
Tens um coração de pedra
e queres arrancar o coração de carne que para ti criei.
Acarinho-te e tu maltratas-me.
Chamo-te mas tu não Me respondes.
Dizes que não te ouço,
mas tu é que não falas comigo,
Eu que sempre te escuto.
Que compreendes tu da tua própria vida?
Não segues os Meus caminhos.
A fonte de que bebes não é a minha.
Dei-te o mundo. Que fazes dele?
Eu, o Senhor, fiz-Me um como tu,
para te mostrar que podes ser como Eu.
Amei-te com amor eterno.
É assim que me pagas?!
Procura-Me, pois eu deixo-Me encontrar.
Encontra-Me pois tens em ti a Minha imagem.
Ama-Me porque Eu já te dei o exemplo.
Mas se mesmo assim Me rejeitares,
Eis que Me coloquei no mais íntimo de ti,
Como um mapa, para que saibas que estou no teu caminho,
Eu, o Senhor.
Eis que estou sempre contigo,
Eis que a Minha graça vale mais que a vida.”

1 comentário:

Leonardo disse...

Ciao!! :D:D non so se capirai quello che sto scrivendo ma ti lascio un segno del mio passaggio!