Começamos a existir Naquele Sonho que faz realidade todos os outros, derramando o Seu amor, através do amor de dois seres humanos, e, no milagre da vida, descobri-mo-nos capazes de pensar, de amar, de chorar, mas também de sorrir. Misturando este sonho, agitado pela vida, assim pensamos... e do pensar a letra se faz, e da Palavra se recomeça de novo, como na Origem.

25 maio 2009

palavras, mais do que a Palavra

Há meses que não escrevo aqui. Tenho passado o tempo noutras escritas. Talvez tenha sido pouco o tempo para partilhar pensamentos, sonhos, ou palavras ao vento. Sinto-me um pouco dentro de uma vitrine, diante de uma rua onde as pessoas vão passando, e a chuva molha os vidros, ao sabor do vento que fustiga e arrefece. Nunca ninguém disse que a vida era fácil. Mas também foram poucos aqueles que a têm assim tão dificil. Ler, dizia Pessoa, é uma forma servil de sonhar. Por isso há que sonhar os nossos próprios sonhos. Uns dias em prosa. Alguns em poesia. Outros numa confusão de letras que estamos à espera que se arrumem. Depende de nós alinhar o alfabeto. Não depende de nós escolher as letras. Foram-nos ensinadas. Mesmo se só aqui e além entendemos o que significam. Cultura, dizem. Confesso que desconheço qual a cultura em que nos encontramos nestes dias. Ontem e hoje passam. Amanhã acreditamos que vai chegar. E, eu penso que é lá que vale a pena morar. Porque morar no hoje, ou com os pés no ontem não está bem. Quem vive só do hoje depressa perderá o sentido de cada dia. E quem vive de ontem... bem, não vive, já morreu. Só quem vive do amanhã é que pode continuar a viver com quem foi, quem é, esperando quem será. Há um tempo para tudo. Mas parece-me que neste tempo não há que continue de pé.

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